Com os 10 primeiros episódios da nova temporada disponíveis na Globoplay, a série já está com a 4ª temporada confirmada

Nesta segunda, 6 de janeiro (2019), estreou a terceira temporada da série The Good Doctor no Brasil, exibida pela Globoplay. Por enquanto, estão disponíveis apenas os dez primeiros episódios, como aconteceu com a segunda temporada. Nos Estados Unidos, a terceira temporada estreou dia 23 de setembro de 2019 e o décimo episódio foi exibido dia 2 de dezembro seguinte. A série volta a ser exibida na segunda-feira, 13 de janeiro de 2020, para os oito episódios restantes da temporada, no canal ABC. A Globoplay ainda não divulgou quando disponibilizará os demais episódios no Brasil.

Apesar de muito famosa, vale lembrar que a série conta a história de um jovem médico que tem autismo, Shaun Murphy (interpretado por Freddie Highmore), que começa a trabalhar em um grande e famoso hospital, o St. Bonaventure Hospital, em San Jose, na Califórnia (EUA). O jovem residente tem um grande talento diagnóstico — com memória fotográfica e uma lógica de pensar diferente dos demais.

Desde a sua estreia no Brasil, a produção já ganhou exibição em canais da TV aberta (na noites de quinta) e fechada (no canal GNT), além de um episódio especial de divulgação dentro do Tela Quente. Com esse sucesso de audiência, a série chegou a ser chamada por alguns de “o Chaves da Globo” por conta de suas repetidas exibições.

Spoiler

Com os residentes estão crescendo profissionalmente com a Doutora Audrey Lim (interpretado por Christina Chang), na nova temporada um dos médicos é escolhido para comandar a primeira cirurgia da carreira, o que causará diversas disputas internas. Enquanto isso, nosso protagonista Shaun Murphy se aprofunda no relacionamento com Carly (vivido por Jasika Nicole), assim como nos demais desafios que o médico autista deve continuar enfrentando para se tornar um cirurgião.

Se você quer spoilers do primeiro episódio desta nova temporada, vá para o parágrafo seguinte. A temporada começa com o encontro entre Shaun e Carly, num restaurante, que, segundo ele mesmo, “foi um desastre” — motivo do nome do episódio: “Desastre”. Quando ele conta sua saga no hospital, os colegas ficam muito interessados em saber o que houve, mas os detalhes vão sendo revelados aos poucos, ao longo do episódio, num vai-e-volta para o passado bem interessante. O difícil é assistir ao primeiro e conseguir conter-se para não fazer uma maratona de todos os episódios de uma vez.

4ª temporada

Uma curiosidade: na temporada anterior, o ator principal também dirigiu um dos episódios. Sim, Freddie Highmore foi o diretor do episódio número 33, o décimo-quinto da segunda temporada, chamado “Risco e Recompensa” (Risk and Reward).

Por fim, outra boa notícias para os fãs da série: a quarta temporada já está confirmada.

Vídeo

Assista ao trailer da terceira temporada:

Jovem, sueca e autista, Greta Thunberg lidera movimento global em favor do meio ambiente e contra as mudanças climáticas

Com apenas 16 anos, Greta Thunberg é a pessoa mais jovem a figurar na capa da renomada revista norte-americana Time como a personalidade do ano (o reconhecimento anual da revista foi criado em 1927). Ao lado de sua foto, na capa, a publicação estampa a frase: “O poder da juventude” (no orginal: The power of youth).

Tendo se encontrado com diversas personalidades, como o papa Francisco e o ex-presidente dos EUA Barak Obama (a convite deles), Greta se destacou mundialmente ao iniciar uma greve escolar, toda sexta-feira, contra as mudanças climáticas, para chamar a atenção das autoridades, em agosto de 2018, chamado de Fridays for Future (sexta-feiras pelo futuro). O movimento, em pouco tempo, tornou-se global e ela foi chamada a participar de diversas conferências climáticas, inclusive na ONU (Organização das Nações Unidas) — mais de uma vez. No último 20 de setembro (2019), a garota ativista reuniu uma multidão de 4 milhões de pessoas na greve climática global, “a maior demonstração climática da história da humanidade”, cita a Time.

A edição de dezembro/2019 traz como destaque a rede social exclusiva para o autismo

Em evidência na capa da edição número 7 da Revista Autismo, com lançamento em 1º de dezembro de 2019, a nova rede social exclusiva para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é o assunto da reportagem de capa da publicação nacional. Em cinco páginas, a publicação explica o que será a Tismoo.me e mostra, com exclusividade, telas do protótipo do aplicativo. 

Grande ênfase foi dada aos aspectos de segurança e privacidade, pois tratam-se de dados extremamente sensíveis, como os de saúde e, em muitos casos, de crianças. A possibilidade de ligar e desligar o compartilhamento de dados, que ficarão locais no celular de cada um, é um dos principais recursos que garantem a confiabilidade no serviço.

Houve um cadastro (já encerrado) para os primeiro interessados, que receberão convite para acessar a rede assim que for lançada — prevista para o primeiro trimestre semestre de 2020 (leia mais neste artigo). Atualmente há um formulário para uma lista de espera, para a segunda fase de convites. Para cadastrar-se, basta acessar o site tismoo.me e preencher o cadastro com seus dados básicos.

Para assinar a Revista Autismo — que é gratuita — pagando somente o frete, acesse Assine.RevistaAutismo.com.br.

Conteúdo

Confira abaixo o início da reportagem publicada:

Um dos pilares do diagnóstico de autismo é o déficit na comunicação social, em algum nível. Mas parece que não são apenas as pessoas com autismo que têm esse déficit. Os grupos que formam o ecossistema envolvendo o autismo parecem não se comunicar de forma eficaz — entre si e uns com os outros. Falo de familiares, médicos, terapeutas, educadores, escolas, cientistas, universidades, indústria farmacêutica, clínicas, hospitais, planos de saúde, e por aí vai.

Ícone da Tismoo.me - a rede social dedicada ao autismo.

Uma plataforma digital, porém, está vindo com a proposta de resolver esse problema: a Tismoo.me. É um projeto ambicioso e audacioso — a ser lançado no Brasil e Estados Unidos — que pretende unir, por meio de uma rede social, os públicos ligados ao Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), sejam profissionais, pessoas com autismo ou seus familiares. E gratuitamente.

Mais que isso, a ideia da plataforma é entregar conteúdo de qualidade para os diferentes participantes, como um artigo sobre comunicação alternativa para quem tem filho não verbal, ou um estudo sobre genética e fármacos a um médico, assim como dicas de empregabilidade a uma pessoa jovem ou adulta com autismo. Enfim, saber identificar o perfil de cada um e poder oferecer informação relevante e personalizada, além de conteúdo com curadoria.

>> Baixe a versão digital (PDF) da edição número 7 da Revista Autismo

[Atualizado em 17/02/2020 com o lançamento para o 1º semestre de 2020]

[Atualizada em 21/08/2020 com o logo da Tismoo.me]

Revista da editora Abril destaca o trabalho dos sócios fundadores da Tismoo, Alysson Muotri e Patrícia Beltrão Braga

Numa reportagem bem completa, a revista Superinteressante (editora Abril), em sua edição de dezembro de 2019 (nº 410), destaca, na capa, a complexidade do autismo e a importância da genética para entender o transtorno.

Genética do autismo na capa da Superinteressante — TismooCitando dois sócios fundadores da Tismoo — a professora da USP e coordenadora do projeto A Fada do Dente, Patrícia Beltrão Braga, e o professor da Universidade da Califórnia em San Diego, Califórnia (EUA) Alysson Muotri —, o texto de doze páginas, intitulado “O quebra-cabeça do autismo”, traz os números atuais das pesquisas e informações a respeito de diversos estudos científicos, inclusive destacando o mais recente sobre genética, que sugerem o número de 97% a 99% de risco genético para o autismo — e somente 1% a 3% de riscos ambientais —, sendo 81% hereditário. (leia nosso artigo sobre este estudo)

A reportagem de capa cita ainda o uso de minicérebros para pesquisas a respeito do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e o estudo sobre os astrócitos (células do cérebro cujo formato lembra uma estrela) também terem uma parcela de participação na expressão desta condição de saúde. O sequenciamento genético também mereceu destaque por parte da revista, como uma investigação mais aprofundada no diagnóstico de comorbidades (leia nosso artigo sobre a “segunda camada” do diagnóstico) e também no auxílio para a “escolha de medicamentos que sejam mais eficazes em determinadas pessoas”, um dos pilares da medicina personalizada.

Fica a dica: vale ler!

Anúncio da nova plataforma voltada ao autismo será em dezembro, em duas cidades da Califórnia

Com dois eventos agendados nos Estados Unidos, a Tismoo.me, nova rede social voltada para o autismo, fará seu anúncio na América do Norte no início de dezembro próximo. Como a iniciativa é global, o aplicativo será lançado em dois idiomas — português e inglês — e será direcionado ao Brasil e EUA, dois dos cinco países do mundo que mais utilizam redes sociais.

Ícone da Tismoo.me - a rede social dedicada ao autismo.Gratuitos, ambos os eventos serão na Califórnia. O primeiro será em San Diego, no dia 5 de dezembro, organizado pela ATPF (Autism Tree Project Foundation), organização não-governamental local que atende famílias afetadas pelo autismo naquela região. O evento, todo em inglês e direcionado à comunidade norte-americana, será na Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), com apresentações do neurocientista Alysson Muotri, um dos sócios cofundadores da Tismoo, e do head de conteúdo, Francisco Paiva Junior, que lidera o projeto da rede social do autismo.

O segundo será no Consulado Geral do Brasil em Los Angeles, na manhã do próximo 7 de dezembro. Todo em português, o evento “Juntos somos mais fortes” reunirá a comunidade brasileira que vive na Califórnia. Além dos dois palestrantes da Tismoo do evento de San Diego, Muotri e Paiva, outros nomes ligados ao autismo também se apresentarão no consulado brasileiro.

Quem quiser se inscrever para o evento de Los Angeles (em português), basta acessar o site autismolosangeles.com.

Para o evento (em inglês), em San Diego, envie email para RebeccaB@autismtreeproject.org ou ligue para a ATPF, no número +1 (619) 222-4465 (EUA).

Quem ainda não sabe o que é a Tismoo.me ou quer se inscrever na lista de espera para acessar a plataforma quando for lançada, acesse: tismoo.me ou acesso nosso artigo “Lançamento 2020! Rede social Tismoo.me“.

Caxias do Sul sediou evento que sugere ação local para empregar pessoas com autismo nas empresas da cidade

Uma ideia a ser copiada. O Instituto UniTEA, de Caxias do Sul (RS), realizou evento “TEAtualizar” na noite desta quinta-feira, 7 de novembro de 2019, enfatizando a importância de empregar pessoas com autismo. Mais que isso, lançaram a ideia de unir diversas empresas da cidade para um treinamento em conjunto a fim de empregar 15 autistas em Caxias do Sul. O treinamento seria local e feito pela Specialisterne, empresa dinamarquesa especialista em preparar autistas para o mercado de trabalho, com presença no Brasil desde 2015.

O evento iniciou com o relato de experiências positivas com autistas empregados. A primeira foi a Inbetta, indústria com mais de 50 milhões de produtos diferentes no mercado. Com 2.600 funcionários, 114 são pessoas com deficiência (PcD) — sendo 63 com deficiências intelectual ou psicossociais —, destes, 4 são autistas.

O segundo caso de sucesso foi relatado pela SAP, que tem uma unidade próxima de lá, em São Leopoldo (RS). Com o programa “Autism at Work”, iniciado em 2013 e dedicado a empregar autistas, a iniciativa se espalhou pelo mundo e chegou ao Brasil em 2015. Hoje o programa existe em 13 países. São 3.500 pessoas com deficiência na SAP, sendo 155 autistas. No Brasil, 14 autistas, de um total de aproximadamente 2.100 funcionários no país.

Treinamento

Para incrementar os casos positivos de inclusão de autistas, o diretor geral da Specialisterne Brasil, Marcelo Vitoriano, veio contar como a empresa já treinou mais de 140 pessoas com autismo no país, estando 102 empregados, nos 4 anos de atuação no Brasil. Marcelo trouxe números importantes neste cenário: “um estudo revelou que 85% dos autistas não estão empregados nos EUA” e “pesquisa na Inglaterra sugere que autistas de alto funcionamento têm 3 vezes mais dificuldade de conseguir emprego do que autistas com alguma deficiência intelectual”. Ele mostrou ainda o quanto a empresa ganha ao contratar uma pessoa com autismo, ainda mais quando tanto o candidato quanto a empresa são treinados para que essa inclusão seja efetiva. “Normalmente as empresa começam contratando para cumprir a cota de PcD, depois veem o valor da pessoa com autismo e nos procuram para contratar mais, pela eficiência, na maioria das vezes”, relatou Marcelo.

Proposta

Por último, Daniel Ely, do Instituto UniTEA, apresentou a ideia a ser proposta para a cidade: reunir um grupo de empresas para trazer um treinamento local de três meses da Specialisterne em Caxias do Sul e criar, inicialmente, ao menos 15 vagas para autistas na cidade.

Uma proposta de união de forças que qualquer cidade, ou mesmo microrregiões poderiam fazer,  para levar à inclusão efetiva da pessoa com autismo no mercado de trabalho. Uma ideia, sem dúvida, a ser copiada por qualquer cidade.

Sobre o UniTEA

O movimento “UniTEA — Unidos pelo Autismo”, foi fundado em 28.mar.2018 pelo casal Raquel e Daniel Ely com o propósito de cuidar de quem cuida e de promover o diálogo entre todos os envolvidos no cotidiano de pessoas com TEA. A sede do Instituto foi inaugurada em 2 de abril de 2019 e já tem outros 4 programas disponíveis às 80 famílias associadas: TEAcolher — grupos de apoio para familiares mediados por psicólogos e assistentes sociais voluntários;  TEAmparar — atendimento com profissionais de saúde voluntários; TEApoiar — descontos em clínicas parceiras; e TEAtualizar — cursos, palestras e seminários de capacitação para toda a rede de apoio e suporte ao autista.

Livro conta as origens do autismo no período nazista e o envolvimento de Hans Asperger

Em “Crianças de Asperger”, historiadora revela que, ao contrário do que se acreditava, o médico foi cúmplice dos assassinatos de 5 e 10 mil crianças durante o regime nazista

Apesar de toda sua história ligada ao autismo, uma grave (e grande) mancha foi descoberta na história de Hans Asperger. Relevante o suficiente para muitos não usarem mais o termo “Asperger” para a síndrome que leva seu nome, ainda mais considerando que esse tipo de diagnóstico não existe mais desde 2013, com o lançamento do DSM-5 — a quinta versão do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, da American Psychiatric Association, principal organização profissional de psiquiatras e estudantes de psiquiatria nos Estados Unidos —, em que a síndrome foi incluída no diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Este é o assunto do livro “Crianças de Asperger” (322 páginas), da premiada historiadora norte-americana Edith Sheffer, especialista em história da Alemanha e da Europa Central, e senior fellow do Instituto de Estudos Europeus da Universidade da Califórnia, Berkeley. O livro tem tradução de  Alessandra Bonrruquer e foi lançado no Brasil neste mês. “Asperger’s Children: The Origins of Autism in Nazi Vienna“, a versão original (em inglês), foi lançada nos Estados em abril de 2018. (veja nosso artigo de 2018 a respeito)

Descrito como um progressista que incentivava o cuidado individualizado em crianças com “sintomas de psicopatia de autismo”, Hans Asperger entrou para a história da psiquiatria ao ampliar os critérios de definição desta condição de saúde e modificar a face do autismo na década de 90. Porém, a partir de novas análises de documentos, a autora revela em seu livro informações sobre a atuação do médico, mostrando que o pesquisador pioneiro no estudo da síndrome esteve envolvido nas políticas de assassinato de crianças no período nazista.

Eutanásia infantil

De acordo com Sheffer, “arquivos revelam que Asperger participou do sistema de assassinato infantil em múltiplos níveis: ele era próximo de líderes do sistema de eutanásia infantil em Viena e, como membro do Estado nazista, enviou dezenas de crianças para a instituição infantil de Spiegelgrund, onde eram mortas”.

Ela mostra que Asperger e seus colegas de fato se esforçaram em proporcionar cuidado individualizado para estimular o crescimento cognitivo e emocional de crianças que estariam na ponta “favorável” do espectro do autismo e tinham potencial para a “integração social”. Por outro lado, as crianças julgadas por apresentarem deficiências maiores não tinham lugar no Reich, sendo pessoalmente examinadas pelos médicos e condenadas à morte.

“Crianças de Asperger” fala sobre todas as crianças que enfrentaram o regime diagnóstico do Terceiro Reich e tiveram suas vidas determinadas pelo julgamento que psiquiatras nazistas faziam de suas mentes. A obra nos leva a repensar como as sociedades avaliam, rotulam e tratam os indivíduos diagnosticados com algum tipo de deficiência.

Livro conta as origens do autismo no período nazista e o envolvimento de Hans Asperger — TismooTrecho do livro

“Onde se pode traçar a linha da cumplicidade para pessoas comuns e um Estado criminoso? De maneiras marginais e importantes, conscientes e inconscientes, as pessoas se enredaram nos sistemas da chacina. Asperger não foi nem zeloso apoiador e nem oponente do regime. Foi um exemplo desse deslocamento para a cumplicidade, fez parte da confusa maioria da população que alternadamente se conformou, concordou, temeu, normalizou, minimizou, reprimiu e se reconciliou com o governo nazista. Dadas essas inconsistências, é ainda mais impressionante que as ações acumuladas de milhões de pessoas, agindo por razões individuais em circunstâncias individuais, tenham resultado em um regime tão completamente monstruoso”.

Medida começou num aeroporto da Inglaterra e tem se espalhado pelo mundo para beneficiar pessoas com deficiências invisíveis

Provavelmente você já deve ter visto nas redes sociais, nos últimos meses, uma história de um colar de girassóis para pessoas com deficiências invisíveis (condições de saúde não facilmente perceptíveis pelos que estão ao redor). Sim, a história é verídica. E não deixa de ser uma boa ideia para priorizar o atendimento dessas pessoas, inclusive autistas.

Entre essas “deficiências invisíveis”, o autismo, sem dúvida alguma, está entre os destaques e que, muitas vezes, o atendimento prioritário pode evitar enormes transtornos a todos que estejam usando o colar verde com girassóis em um amarelo bem vivo. Outras condições de saúde também se beneficiam, como pessoas com dores crônicas, com asma e outras “silenciosas” condições.

O post de maior repercussão, foi o de Kim Baker, de agosto de 2019, que mostra uma foto sua usando o cordão, ao lado do filho (autista) e do marido, numa viagem que passou pelo aeroporto de Málaga-Costa del Sol (Espanha). Na postagem do Facebook, que tem mais de 330 mil compartilhamentos, a mãe inglesa publica o link de onde pode-se conseguir o colar, no Hidden Disabilities Sunflower Lanyards Scheme (que tem um site vendendo o produto).

Os funcionários dos aeroportos que adotaram os “girassóis” ajudam os passageiros com algumas flexibilidades, como: dão-lhes mais tempo para se prepararem para verificações de segurança e embarque, deixam membros da famílias os acompanharem o tempo todo, são mais claros e específicos ao darem instruções e explicam detalhes o que podem esperar ao viajar e nos procedimentos do aeroporto.

O que é o colar de girassóis? — Tismoo

Aeroportos

O aeroporto Heathrow, em Londres (Inglaterra), o mais movimentado da Europa em número de passageiros, adotou a medida e tem até mesmo uma página na internet para quem tiver viagem planejada para passar por lá poder solicitar com antecipação ou pegar no local o cordão gratuitamente. Mas tudo começou com uma ação em 2016, no Gatwick, o segundo maior aeroporto de Londres, que, com imensa empatia, resolveu melhorar o atendimento a pessoas com condições de saúde invisíveis. A ideia era poder reconhecer com mais facilidade quem precisaria de mais suporte ou simplesmente mais compreensão — o Gatwick tem, além do site, até mesmo um email especial para estes casos (HiddenDisability@gatwickairport.com). 

Com o tempo, os maiores aeroportos de todo o Reino Unido adotaram a mesma prática, que, felizmente, está começando a se espalhar para outros países. No aeroporto de Manchester (também na Inglaterra) foi criada, inclusive, uma sala exclusiva para essas pessoas, a Sunflower Room.

O assunto foi também tema de reportagem da BBC de Londres.

Revista Autismo enfatiza a importância de ir além do diagnóstico, abrindo, com isso, um leque de possibilidades de tratamentos

Ninguém tem dúvida de que o diagnóstico de autismo é clínico. E quem o faz são médicos especialistas, como um neuropediatra ou um psiquiatra da infância e da adolescência — ou ainda, nos casos de diagnóstico tardio, em adultos, um médico psiquiatra. A reportagem publicada na edição número 6 (em setembro de 2019) da Revista Autismo cita, porém, uma “segunda camada” do diagnóstico, enfatizando com isso a importância de um estudo aprofundado caso a caso: é autismo, mas qual? Que tipo? Monogênico (causado por mutação em um único gene)? Sindrômico (causado por uma síndrome)? Com comorbidades? Quais? E isso é possível com a realização de  exames genéticos.

A importância de se saber mais — e, por consequência, abrir o leque de possibilidades de tratamento e de estudos científicos — tem ganhado destaque e relevância. A reportagem cita, por exemplo, o caso do  professor Lucelmo Lacerda, palestrante bem conhecido no meio do autismo. Ele fez um exame de sequenciamento do genoma completo do seu filho e descobriu uma variante genética que o permitiu entrar gratuitamente num estudo científico da Universidade da Califórnia em San Diego (EUA), liderado pelo neurocientista brasileiro e cofundador da Tismoo Alysson Muotri. E este é só um exemplo das possibilidades ao descobrir exatamente que tipo de autismo uma pessoa tem.

Comorbidades também são muito comuns no autismo (leia o artigo de Paulo Liberalesso para nosso portal sobre este assunto), mas em muitos casos essas outras condições de saúde nem estão sendo tratadas, por estarem ainda ocultas. Até mesmo casos de mais comprometimento, como os de epilepsia, podem se manifestar na adolescência e, se uma família sabe por antecipação dessa possibilidade, ainda na infância, o tratamento e o cuidado muda radicalmente.

Mais informação só pode trazer mais possibilidades e mais formas e caminhos para lidar com alguma questão, ainda mais quando estamos falando de saúde. E somente a “segunda camada” do diagnóstico pode nos aproximar da medicina personalizada, que tanto defendemos.

Reportagem da Revista Autismo

Revista Autismo de setembro de 2019 — Tismoo
Capa da sexta edição da Revista Autismo.

Leia o início da reportagem e acesse o texto completo no link ao final deste texto:

Imaginemos ser possível reunir, numa mesma sala, algumas famílias de pessoas com três diferentes síndromes raras que estão no espectro do autismo. Imaginemos ainda que as síndromes tenham nomes bem complexos como Helsmoortel-Van Der Aa, Phelan-McDermid e Syngap1. Parece um bem elaborado roteiro de ficção científica, não é? Mas foi o que fizemos. Reunirmos pais para um bate papo a respeito do que poderíamos chamar de uma “segunda camada” do diagnóstico de autismo. 

Todos têm filhos com autismo, porém, mais que isso, descobriram que seus filhos têm alguma síndrome que está dentro do espectro. E eles se juntaram a outros pais em associações ligadas a cada uma destas síndromes, para trocar experiências, ideias, dicas e ajudar a ciência a descobrir mais sobre o que seus filhos têm.

Keli Melo é mãe do Idryss, autista de 20 anos. Ele tem a síndrome do Syngap1, definida por uma variante genética no gene de mesmo nome. Claudia Spadonni é mãe da Isabela, autista de 14 anos, que tem a síndrome de Phelan-McDermid (PMS, na sigla em inglês, como é mais conhecida), causada por alterações no cromossomo 22, envolvendo a região 22q13. Fernando Kraljevic é pai da Maria Eduarda, autista de 4 anos. Ela tem a síndrome de Helsmoortel-Van Der Aa, ou simplesmente chamada também de ADNP — nome do gene que tem a mutação causal. Marcos Tomé e Fabiane Machado são pais da Sofia, autista de 5 anos, também com a síndrome de ADNP. No papo, também contamos com o cientista molecular Diogo Lovato, autoridade na genética do autismo, para enriquecer a conversa.

Leia o texto completo da reportagem no site da Revista Autismo, em https://www.revistaautismo.com.br/noticias/a-segunda-camada-do-diagnostico-adnp-syngap1-phelan-mcdermid/.

 

Netflix irá disponibilizar, no dia 1º de novembro, a nova temporada da série sobre Sam, um garoto com autismo

Sabe quem chega logo após a noite de halloween? Atypical, com Sam e seus pinguins! A nova temporada (terceira já) terá dez episódios e dois novos atores: Sara Gilbert (The Conners) como professora de ética do protagonista e Eric McCormack (Will & Grace), como professor de artes do garoto. Aliás, uma imagem divulgada de Sam na faculdade já dá um pequeno spoiler do que virá dia 1º de novembro de 2019.

A série, uma produção original da Netflix, gira em torno de Sam —  interpretado por Keir Gilchris, muito elogiado em sua atuação, principalmente na segunda temporada —, um garoto com autismo que, além de trabalhar e estudar, vive a efervescência e o amadurecimento de seus 18 anos, buscando cada vez mais ser independente. As duas primeiras temporadas estão disponíveis.

Autismo e outros temas

O elenco conta com ainda com Jennifer Jason Leigh, Michael Rapaport e Brigette Lundy-Paine. Os novos episódios de Atypical têm roteiro de Robia Rashid, que escreve para a comédia The Goldbergs. Além do autismo, a série também aborda outros temas da adolescência, como inimizades, a iniciação ao sexo, a entrada na faculdade e adultério. Saiba mais no nosso artigo “Netflix confirma terceira temporada de Atypical“.

Veja o vídeo dos atores anunciando a nova temporada, que estará disponível no próximo dia 1º de novembro de 2019, na Netflix.


Atypical estreia 3ª temporada em outubro — Tismoo

Atores da série Atypical em momento de descontração no set de filmagens.