No Dia do Profissional de Educação, participação em aula de escola pública foi motivada pelo hiperfoco de um aluno autista pela Turma da Mônica

Já pensou se, quando os estudantes lessem um texto da Turma da Mônica na escola, o próprio Mauricio de Sousa pudesse aparecer na sala de aula para tirar todas as dúvidas dos alunos? Pois foi isso que aconteceu na EMEB “Dr. Vicente Zammite Mammana”, escola pública de São Bernardo do Campo (SP), na tarde desta quinta-feira, 6 de agosto de 2020, Dia do Profissional da Educação. E o motivo — além de homenagear todos os professores e demais profissionais da área em todo o país pelo seu dia — foi o hiperfoco de um aluno com autismo, Lorenzo Mello, pelos gibis da Turma da Mônica.

Hiperfoco de aluno autista faz Mauricio de Sousa participar de aula online — Tismoo
Lorenzo, de 7 anos, motivo da surpresa de Mauricio de Sousa.

No 2º ano C, a professora Vânia Aparecida Barbosa sempre pede para os alunos trazerem textos e lerem para toda a classe. Lorenzo, de 7 anos, sempre trazia um gibi da turminha para ler uma história para os colegas. Percebendo esse grande interesse do menino, a professora começou a buscar e produzir material didático usando a Turma da Mônica como tema e aumentando o engajamento do aluno com autismo nas tarefas. E por que não chamar o próprio Mauricio de Sousa para uma aula? Foi o que aconteceu, o pai da turminha apareceu na aula online e deixou todos os alunos extremamente eufóricos, ainda mais Lorenzo, fã do Cebolinha e do Franjinha. A primeira coisa que o garoto quis saber foi: “Por que o Cebolinha cria seus ‘planos infalíveis’?”, imediatamente respondido por Mauricio, com muito bom humor.

Foi uma aula online, como tem sido durante pandemia de Covid-19, reunindo duas classes, o 2º ano B e C, com as professoras Vânia e Angélica R. A. Moderoso. E, de repente, quem estava lá? O próprio Mauricio, que pacientemente respondeu todas as dúvidas da classe — desde o porquê do Cascão não gostar de tomar banho, até as inspirações para a criação de diversos personagens. As perguntas foram tantas que a criançada até convenceu Mauricio de buscar seu cachorro, Bidu (o da vida real), para mostrar a todos. Com toda paciência e carinho, o mais importante desenhista do país trouxe o cãozinho no colo, para delírio da molecada.

Diagnóstico aos 3 anos

Lorenzo foi diagnosticado com autismo aos 3 anos de idade, numa suspeita que surgiu oito meses antes. “O Lorenzo sempre gostou da Turma da Mônica, mas esse laço se estreitou ainda mais depois que ele foi alfabetizado, no ano passado. A leitura aproximou-o muito mais. Embora a gente sempre incentive para que ele explore outros gêneros, o que ele ama mesmo são os quadrinhos da Turma”, relembrou Thays Mello, mãe do Lorenzo. “É muito gratificante saber que a professora Vânia fez questão de dar aula pro meu filho”, agradeceu o pai, Celso Mello. Na escola, Lorenzo é um dos melhores de língua portuguesa e leitura, e tem mais dificuldades em matemática. “A gente busca caminhos para encontrar o Lorenzo nessa estrada e trazê-lo para a aprendizagem, pois ele é bem esperto. Mas precisamos do foco, e a Turma da Mônica ajuda muito o Lorenzo nisso”, explicou a professora Vânia.

Para o filho não ficar tão ansioso, os pais guardaram segredo sobre a participação especial na aula. “Se eu contasse, ele nem dormiria de tanta ansiedade”, contou a mãe. Para o “plano infalível” da professora dar certo, nenhum aluno podia saber que o pai da Mônica participaria da aula. “Foi uma surpresa para todos!”, revelou a professora. A ideia, porém, veio de fora da classe: “Graças à minha filha que teve a ideia e fez contato com Mauricio de Sousa foi possível vivenciarmos esse dia inesquecível na nossa escola, ainda que online”, comemorou Vânia.

Uma curiosidade: a escola tem o apelido carinhoso de “Cebolinha”, porque foi o nome escolhido, há muitos anos, pelos alunos mais novos, para o time, durante a realização dos jogos escolares.

A convite de Mauricio de Sousa, a Revista Autismo participou da aula online com exclusividade. Em toda edição da Revista Autismo é publicada uma história em quadrinhos exclusiva com o André, o personagem autista da Turma da Mônica — graças a parceria com o Instituto Mauricio de Sousa —, com o objetivo de explicar, de maneira lúdica, aspectos do autismo, como o próprio hiperfoco e incluí-lo nas histórias da turminha. As HQs estão disponíveis na versão impressa, de distribuição gratuita, e também na edição online, no site RevistaAutismo.com.br.

Vídeo da ‘surpresa’ de Mauricio de Sousa

Assista ao vídeo da participação de Mauricio de Sousa na aula online:

Publicado originalmente da Revista Autismo.

Documentário da Netflix sobre competições de resolução de cubo mágico estreou no fim de julho

Parece um documentário como outro qualquer, porém “Magos do Cubo“, da Netflix, mostra não só uma competição para resolver um cubo mágico em poucos segundos, mas também uma história de amizade e autismo, nos bastidores do campeonato. Os protagonistas são dois rivais na competição, mas amigos na vida — um autista, um neurotípico, ambos campeões. O filme (originalmente com o nome em inglês “Speed Cubbers”), lançado no último dia 29 de julho de 2020, tem 40 minutos e indicação etária livre.

Uma mania mundial nos últimos anos, o speed ​​cubing, termo em inglês para o esporte competitivo para resolver um cubo de Rubik (cubo mágico) teve o australiano Feliks Zemdegs reinando soberano por quase uma década nesse novo esporte. Em 2017, no entanto, Max Park abismou a todos vencendo a competição, batendo Feliks que estava invicto desde 2013. Desde então, os dois vêm disputando títulos e quebrando recordes, contudo, ao invés de rivalidade, Feliks e Max transformaram essa competitividade em uma grande amizade.

Magos do Cubo mostra autismo e amizade — TismooHabilidades sociais

Max está no espectro do autismo e a família usa a resolução competitiva de cubos mágicos como terapia para estimular suas habilidades sociais e desenvolvimento emocional, sem nunca imaginar que o maior rival dele no esporte se tornaria um grande aliado para lidar com o autismo. No teaser da série, algumas perguntas colocam em dúvida o desfecho desta história: “Nossa história começa com Max e Feliks prestes a participar de mais um campeonato mundial. Os dois querem vencer e torcem pelo sucesso um do outro, mas só um será o campeão. Qual deles? E essa amizade vai conseguir sobreviver a tudo isso?”.

É assistir e conferir para onde competição e amizade vão.

Veja o trailer:

Séries sobre autismo

Veja outros artigos de filmes e séries sobre autismo, como “Netflix estreia série ‘Amor no Espectro’ sobre jovens com autismo” e “The Good Doctor completa 3ª temporada no Brasil“.

Pela primeira vez serão feitos testes em pessoas e em seus ‘minicérebros’ para comparar os resultados

O laboratório liderado pelo neurocientista brasileiro Alysson Renato Muotri, na Universidade da Califórnia San Diego (UCSD), nos Estados Unidos, está recrutando pessoas com autismo para participar de um teste clínico (clinical trial) com canabidiol (CBD) e exames laboratoriais. Para participar do estudo, que é feito em parceria com o grupo clínico da UCSD, é preciso, além de ter um diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) nível 3 (severo), ter de 7 a 14 anos, e não apresentar epilepsia. Além dos testes clínicos, pela primeira vez na história serão também analisados, em paralelo, os “minicérebros” (organoides cerebrais) desses mesmos indivíduos, num ensaio in vitro (em laboratório).

Óleo de canabidiol (CBD)O estudo — controlado, randomizado, duplo-cego e que está na fase 3 — tem preferência por moradores da região de San Diego, pois será preciso ir no Rady Children’s Hospital diversas vezes, para vários exames, além de um estudo genético completo. O cientista tentou trazer o estudo também para o Brasil, mas não conseguiu nenhum apoio. “Eu precisaria de um grupo clínico e um laboratório de pesquisa para fazer em colaboração aqui conosco e fazer uma parte deste estudo no Brasil. Infelizmente, não consegui nada”, lamenta Muotri.

Autismo e CBD

“Este é um ensaio clínico prospectivo. Ou seja, veremos se existe uma relação causal entre a melhoria dos sintomas de autismo e o uso do CBD, com poder estatístico para definir essa relação ou ver se as melhorias relatadas pelas famílias é efeito placebo ou outra consequência”, explicou Muotri, que é cofundador da Tismoo.

Os estudos existentes até hoje, sobre essa relação entre autismo e CBD ou dão conta da melhorias do quadro de epilepsia, o que já foi confirmado para alguns casos de autismo severo com convulsões, ou são estudos retrospectivos sobre as melhorias em outros sintomas do autismo. Porém não se sabe ainda se o CBD melhora o quadro de autismo ou se a melhoria nas convulsões traz um benefício no comportamento de pessoas com autismo severo e epilepsia. A ideia deste estudo é encontrar uma resposta para esta questão.

“Por isso estamos recrutando apenas quem tem autismo severo e não tem epilepsia, para excluir esse fator de confusão. Além disso, estamos recrutando pessoas de 7 a 14 anos para não entrar muito na adolescência, quando já temos uma questão hormonal envolvida”, esclareceu Muotri.

Inovação científica

A ideia é buscar uma resposta se e o porquê o CBD estaria ajudando o cérebro da pessoa com autismo ou não. “O que eu espero é que tenhamos alguns casos com uma resposta boa e em outros nem tanto. Por que funciona para uns e não para outros? Tem alguma relação com a genética ou com a neuroplasticidade cerebral desses indivíduos? Não é um simples ensaio clínico. É um novo conceito que estamos propondo para a medicina, quase uma personalização do ensaio clínico. Será muito interessante ver esses resultados”, contou Muotri, entusiasmado com o novo estudo.

O estudo foi apoiado pela instituição filantrópica  Wholistic Research and Education Foundation e com parceria do Center for Medicinal Cannabis Research na Faculdade de Medicina da UCSD. Para mais informação sobre o ensaio clínico CBD-autismo, entre em contato com Lauren Smith — no email lmsmith@ucsd.edu ou pelo telefone +1 (619) 627-1133 (EUA).

A publicação sobre o estudo no site da UCSD pode ser visto neste link.

Assista, abaixo, ao vídeo em que Alysson Muotri explica todos os detalhes sobre o estudo.

https://www.facebook.com/muotri/videos/785387902288240

 

Relacionamentos entre jovens no espectro do autismo será o foco da série documental australiana com lançamento em julho

No próximo dia 22 de julho de 2020, a Netflix estreia a série documental “Amor no Espectro” (no original em inglês: Love on the Spectrum), que, como o próprio nome diz, irá mostrar histórias de relacionamentos amorosos entre jovens no espectro do autismo. O trailer da primeira temporada foi divulgado nesta terça (7) e apresenta a seguinte descrição: “Encontrar o amor não é fácil. Para jovens com autismo, o mundo das relações amorosas pode ser ainda mais complicado”.

Dividida em 4 episódios de aproximadamente uma hora cada e produzida em 2019, pela TV australiana Northern Pictures (que fez a série “Employable Me” sobre a busca por empregos na neurodiversidade) e pela rede de TV pública da Austrália, ABC, a série apresenta sete jovens autistas solteiros dando seus primeiros passos no mundo dos encontros amorosos. Segundo os produtores, é “um documentário inspirador que segue jovens adultos no espectro do autismo enquanto eles exploram o imprevisível mundo do amor e dos relacionamentos”. Será possível ver que eles recebem ajuda de suas famílias e de especialistas durante a confusa experiência que é o namoro moderno.

Netflix estreia série 'Amor no Espectro' sobre jovens com autismo — Tismoo
Flyer de divulgação de “Amor no Espectro”

Amor

Cian O’Cleary, diretor da série, faz um questionamento: “Qual é a coisa mais importante na vida? Muitas pessoas responderiam que é o amor. Existe um equívoco comum de que as pessoas no espectro autista não estejam interessadas em relacionamentos ou romance. Pela minha experiência, isso não é verdade”, contou ele em nota à imprensa.

Ele falou ainda sobre a dificuldade que pessoas no espectro têm em enfrentar essa questão, sequer chegando a ter um primeiro encontro. “Ao fazer séries de televisão sobre deficiência ao longo dos anos, conversei com muitos jovens adultos sobre o espectro do autismo, bem como famílias, treinadores, psicólogos e organizações ligadas ao autismo. Uma coisa realmente se destacou para mim: quando você fala com um grande número de pessoas cujo principal desejo na vida é ter um parceiro, e elas nem sequer estiveram em um encontro amoroso, algo não está certo”, argumentou o diretor.

O documentário foi lançado original na Austrália, no dia 19 de novembro de 2019 e tem nota 8.6 no IMDb.

Leia também sobre outra série da Netflix que trata do Autismo: “Atypical“. E sobre “The Good Doctor“, da Globoplay.

Trailer

Assista ao trailer oficial, legendado em português (com 1:34s), de “Amor no Espectro”:

Revista lançou campanha de doações e conseguiu produzir a versão digital e impressa da publicação, com apoio de leitores e empresas

Com a crise econômica por conta da pandemia de Covid-19, a Revista Autismo perdeu seus patrocinadores e esteve sem perspectiva de como lançar a edição número 9 (do trimestre de junho, julho e agosto). Com uma campanha de doações (que continua, veja aqui) e o apoio de diversas empresas, foi possível publicar a nova edição, digital e impressa (em menor quantidade) e manter o projeto vivo. A revista nº 9 foi lançada nesta quinta, 25.jun.2020.

Edição 9 da Revista Autismo, sobre a pandemia de Covid-19 — Tismoo
Capa da edição 9 da Revista Autismo, sobre a pandemia de Covid-19

Esta edição teve como destaque os impactos da pandemia originada pelo novo coronavírus em todo o universo do autismo. Assim como diversos colunistas, até mesmo o André, o personagem autista da Turma da Mônica, refletiu sobre a pandemia na história em quadrinhos exclusiva que sai em toda edição da revista, graças à parceria com o Instituto Mauricio de Sousa. São 52 páginas de bastante conteúdo de qualidade sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

A versão digital já pode ser baixada diretamente no site da Revista Autismo — em pdf.RevistaAutismo.com.br — totalmente gratuita, como sempre. E a revista impressa já foi despachada para os mais de 90 pontos de distribuição em todo o Brasil (em quantidade reduzida, logicamente). Sem nenhum custo, os exemplares seguem viagem por meio de dois parceiros da revista: via rodoviária, vai pela transportadora Jamef, e via aérea, pela Azul Cargo (empresa de logística da Azul Linhas Aéreas).

A revista física (em papel) pode ser assinada, pagando-se somente o valor do frete no site Assine.RevistaAutismo.com.br trimestralmente — as edições são publicadas nos meses de março, junho, setembro e dezembro — e recebendo, via correio, em seu endereço.

Gratuita

Para quem não a conhece, vale destacar que a Revista Autismo, impressa e digital, é uma publicação gratuita, servindo ao propósito social de disseminar informação de qualidade a respeito de autismo no Brasil todo através de ações online e offline — sendo atualmente a maior plataforma de conteúdo jornalístico sobre autismo da América Latina.

 

Com seletividade alimentar, Marco Antônio, de 9 anos, só aceita comer um biscoito específico

É muito comum que pessoas com autismo tenham seletividade alimentar. E este é o caso de Marco Antônio, de 9 anos, de Dourados (MS), que ganhou destaque na imprensa há alguns dias. O garoto só come um biscoito específico, que acabou de sair de linha. A mãe, porém, conseguiu convencer a empresa a continuar fabricando o produto para o filho até o fim do ano e ter tempo de tentar fazer uma transição para outro biscoito.

Noticiado pelo portal G1 e pelo jornal Estado de Minas, a história repercutiu nas redes sociais. O biscoito que Marco Antônio tanto gosta é o “Marilan Amanteigado Leite”, fabricada em Marília (SP), com um orifício em formato de coração no centro. O produto, no entanto, foi reformulado e saiu de linha como era, passando a ter um novo formato e com orifício circular.

A enfermeira Loreta Toffano contou ao G1 que costumava comprar cerca de 20 pacotes desse biscoito para o filho Marco Antônio. No entanto, no último dia 5.jun.2020, ela foi ao supermercado e percebeu que o produto havia mudado de formato.

“Mesmo assim eu comprei no novo formato, para tentar, mas ele tem todo um ritual, como é comum para [algumas] crianças autistas. Ele pega o biscoito, olha bem, faz uma inspeção visual, cheira, aí quebra bem no meio do coração. Se quebrar torto, ou se tiver um trincadinho, ele não come. Ele pegou o biscoito no formato novo, olhou, cheirou e deixou de lado”, lembra a mãe.

Loreta fez um apelo nas redes sociais, postando em seu Instagram um pedido à fabricante. De início, eles só lamentaram. Depois, com a repercussão do caso, a empresa disse que não seria possível manter o formato antigo no mercado, mas garantiu que o menino vai receber exclusivamente o biscoito do jeito que gosta até o final do ano de forma gratuita, além de enviar outros modelos de biscoito para ver se o menino aceita e tenha mais uma opção.

Em nota ao Portal da Tismoo, a empresa respondeu: “Desde a sua fundação, a Marilan sempre teve o comprometimento de contribuir com a sociedade.  E temos a cultura de estimular todo time a fazer o mesmo, ajudando com o que estiver ao nosso alcance. A empresa acredita que compromisso, foco, seriedade, empatia e cooperação são valores capazes de criar um mundo melhor para todos”.

Agora é torcer para essa transição dar certo. Outro caso bem semelhante aconteceu em novembro último (2019). Foi com um menino, de 10 anos, em Alagoas, noticiado pelo Razões Para Acreditar.

Seletividade alimentar

A alimentação é um assunto muito delicado e uma queixa muito frequente dos pais de autistas. Não apenas pela angústia, pelo risco de deficiências nutricionais, mas pelo momento da refeição se tornar um momento de estresse.

Para pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), essa dificuldade na alimentação é bem comum, pois recebem interferência direta de estímulos sensoriais.

Leia nosso artigo “A seletividade alimentar e o autismo” para saber mais a respeito do assunto.

 

A startup de biotecnologia investiu em tecnologia para fazer coleta de saliva à distância para o conforto das pessoas com autismo

Em meio à pandemia de Covid-19, os exames genéticos da Tismoo continuam sendo realizados com a maior segurança possível. Remotamente e utilizando tecnologia de ponta para fazer um exame de excelência utilizando-se saliva, as pessoas com autismo e suas famílias sempre tiveram esta opção na empresa (desde o início, em 2016) e agora segue como a única recomendação (veja o vídeo no final deste artigo).

 “A coleta do material biológico para extração do DNA é feita por saliva por ser um procedimento de fácil obtenção, não invasivo e indolor.”, explicou a bióloga Graciela Pignatari, cientista cofundadora da Tismoo, doutora em biologia molecular. Com a mesma qualidade e eficiência que o sangue, foi o investimento em tecnologia que garantiu à Tismoo a possibilidade de evitar o desconforto — sobretudo às pessoas que têm hipersensibilidade sensorial — e continuar com o mesmo padrão internacional de qualidade e eficiência fazendo seus exames genéticos com a utilização de saliva.

Priscylla Kamin, que lidera o atendimento da startup de biotecnologia, explica: “Enviamos o kit de coleta junto com a documentação diretamente para a residência do paciente e para envios nacionais o custo da logística (envio e devolução do kit) já está incluso no valor do exame. Toda a logística é feita pelos Correios e sendo possível acompanhar online pelo rastreio”, explicou ela. “O prazo de reenvio da amostra para a Tismoo é de até 30 dias. Lembrando que quanto antes enviar, mais rápido será a entrega do resultado”, completou.

Até o momento, a Tismoo não tem parceria com outros laboratórios, mas a coleta é bem simples e vai com as instruções, então o responsável mesmo que pode realizá-la e em caso de dúvidas há um canal de atendimento por Whatsapp, de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 18h00 para orientações.

“O preparo é  simples. Basta meia hora de jejum, inclusive de água, antes da coleta”, destacou Priscylla.

Desta forma, a Tismoo continua fazendo seus exames genéticos atendendo, não só a todo o território brasileiro, como também a outros países.

Como fazer

A Tismoo envia, com o kit de coleta de saliva, um guia com todos dos detalhes do procedimento em sete passos simples de serem executados e seguros.

Como fazer a coleta de saliva na Tismoo no exame genético para autismo

Assista ao vídeo de orientação

PDF

Abaixo, faça o download do PDF e veja as orientações enviadas pela Tismoo.

 

[Atualizado em 15.abr.2021, com o vídeo de orientação da coleta de saliva.]

Revista Autismo faz live para debater pesquisa científica que confirmou a ineficácia para tratar autismo com células de cordão umbilical

O neurocientista dr. Alysson Muotri esclareceu, na última sexta-feira (29.mai.2020), que tratamento para o Transtorno do Espectro do Autismo utilizando células-tronco de cordão umbilical — as chamadas células mesenquimais — não é eficaz, segundo estudo científico publicado recentemente no The Journal of Pediatrics. A explicação aconteceu em uma live (transmissão ao vivo via internet) realizada no perfil do Instagram da Revista Autismo (@RevistaAutismo).

O brasileiro Muotri, que é professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) e cofundador da Tismoo, explicou que o estudo foi um ensaio clínico fase 2, feito pela Duke University e 100% financiado por filantropia. Ele ainda pediu ajuda para denunciar clínicas que cobram por esse tipo de tratamento, que antes do estudo publicado já não tinha evidência de que funcionaria. Agora, entretanto, está cientificamente comprovado que as células mesenquimais não funcionam e são ineficazes para o tratamento de autismo.

O estudo completo pode ser acessado neste link ou em PDF.

Exames genéticos

Em live, Alysson Muotri fala sobre estudo que refuta tratamento com células-tronco para autismo — TismooNa live, o neurocientista ainda explica sobre quais exames e tratamentos têm comprovação científica, como terapia comportamental ABA (Applied Behavior Analysis), integração sensorial e exames genéticos (como CGH-Array e sequenciamento genéticos do genoma e do exoma).

Aliás, falando de exames genéticos, Muotri explicou como a Tismoo tem feito seus exames à distância, o que já era uma opção desde o início, agora é a recomendação. “Os kits de coleta de saliva são enviados via correio, sem contato pessoal. São devolvidos pelo correio também e as consultas pós-teste para explicar os resultados dos exames à família e ao médico são feitas por videoconferência”, relatou ele, destacando que não é preciso usar sangue para os exames genéticos da Tismoo. O uso das mais novas tecnologias permitem não necessitar de coletas invasivas para pessoas com autismo, como a de sangue, evitando a muitas delas um grande desconforto.

Veja o vídeo completo da live no IGTV (Instagram TV) da @RevistaAutismo em: https://www.instagram.com/tv/CAyocVvl7sI/

Os 10 episódios restantes da terceira temporada estão disponíveis na Globoplay

Desde o início do mês (8 de maio de 2020), os dez episódios restantes que completam a terceira temporada da série The Good Doctor no Brasil, exibida pela Globoplay, estão disponíveis. Nos Estados Unidos, essa outra metade da terceira temporada estreou dia 13 de janeiro de 2020, no canal ABC. Outra boa notícias para os fãs é que já está confirmada a quarta temporada para a série.

Desde que estreou no Brasil, The Good Doctor  já ganhou exibição em canais da TV aberta (Globo) e fechada (no canal GNT), além de um especial de divulgação dentro do Tela Quente com os dois primeiros episódios.

Sucesso de audiência aqui e nos Estados Unidos, a série, lançada em 2017, conta a história de Shaun Murphy (interpretado por Freddie Highmore), um jovem médico que tem autismo e sai do interior para começar a trabalhar em um grande e famoso hospital, o St. Bonaventure Hospital, na agitada cidade de San Jose, na Califórnia (EUA). O jovem residente de medicina tem um grande talento diagnóstico — com memória fotográfica e uma lógica de pensar diferente dos demais, apesar de dificuldades sociais para lidar com certas situações com pacientes, colegas e seus superiores. Pela sua atuação, o protagonista foi indicado a um Globo de Ouro em 2018.

Para essa outra metade da terceira temporada, pode-se esperar várias reviravoltas na história e até mesmo um triângulo amoroso. Vale assistir!

Saiba mais em nossos artigos: “The Good Doctor estreia 3ª temporada“, “Série The Good Doctor será exibida pela Globo semanalmente“, “Série The Good Doctor estreia 2ª temporada no Brasil” e “Globo estreia no Brasil a série The Good Doctor, sobre médico autista“.

The Good Doctor completa 3ª temporada no Brasil — Tismoo

Crianças dos EUA e Canadá em idade pré-escolar diagnosticadas há 6 meses participaram da pesquisa

Um estudo publicado no mês de abril.2020, com mais de 800 crianças com autismo em idade pré-escolar nos Estados Unidos e Canadá, apontou que a maioria delas está recebendo, seis meses após seu diagnóstico, pouco mais de 5 horas de terapias semanais, e o recomendado naqueles países é de 25 horas por semana. Outro fator mencionado é que somente um terço das crianças iniciou intervenções com terapia comportamental, a que tem maior eficácia comprovada por evidência científica. Ainda mais preocupante, a pesquisa descobriu que 16% tomam ao menos um medicamento psicotrópico, a maioria deles não indicado para crianças com autismo ou para sua faixa etária. Ou seja, foi evidenciado o uso de medicamentos não regulamentados para crianças junto aos órgãos competentes, como o FDA, nos EUA, e, portanto, sem essa informação na bula.

“Isso aponta para a necessidade de melhorar o acesso aos cuidados de todas as crianças com autismo e reduzir algumas das barreiras atuais que muitas famílias enfrentam”, disse Daniela Ziskind, médica do Hospital Infantil da Filadélfia, na Pensilvânia (EUA), que liderou o trabalho, ao site Spectrum News.

Medicação

Segundo o estudo, 16,3% das 805 crianças usavam medicamentos psicotrópicos, independentemente da quantidade de terapia que estavam recebendo. Os tipos mais comuns foram drogas usadas ​​para tratar a hiperatividade, mas ainda não aprovadas para crianças nessa faixa etária ou para crianças com autismo pelos órgãos regulatórios dos dois países. E um total de 25 crianças (cerca de 4%) estavam fazendo uso de antipsicóticos.

A diretora do Centro de Excelência em Pesquisa em Autismo da Universidade de Boston, Helen Tager-Flusberg, disse ao Spectrum News que as descobertas sobre o uso de drogas são “alarmantes”. Ela — que não participou do estudo — destaca que os medicamentos apontados na pesquisa não são estudados suficientemente em crianças dessa idade. E que poucas horas de terapia e a dependência de medicamentos podem andar de mãos dadas.

Para a pesquisadora Ziskind, em algumas regiões, o nível de uso de medicamentos pode ser reflexo das políticas locais de saúde ou da disponibilidade de terapias não medicamentosas. Ela e seus colegas descobriram no estudo que as crianças nos EUA têm maior probabilidade de tomar remédios do que as do Canadá.

Terapia comportamental

A Academy of Child and Adolescent Psychiatry (Academia Americana de Psiquiatria da Criança e do Adolescente) recomenda que crianças com autismo recebam intervenções comportamentais baseadas em evidências. Um painel de especialistas convocado pela Autism Intervention Research Network on Behavioral Health recomenda que as crianças recebam pelo menos 25 horas por semana dessas terapias. Mas, entre as crianças do novo estudo, apenas 14% delas estavam recebendo este mínimo semanal — e cerca de 47% estavam recebendo menos de 5 horas por semana.

“Essa é uma descoberta importante e surpreendente; e está bem documentada aqui. Há crianças e famílias que poderiam estar tendo muito mais apoio e tratamento do que estão recebendo agora”, diz Tager-Flusberg.

Quanto ao tipo de terapia, 77% das crianças estavam em terapia com fonoaudiólogos e 67% estavam em terapia ocupacional. Apenas 33% tinham terapia comportamental, a que tem a melhor base de evidências científicas comprovando sua eficácia.

O estudo

Para o professor Lucelmo Lacerda, doutor em educação, pós-doutorando em educação especial e pai de uma criança com autismo, “esta pesquisa representa uma situação dos EUA e Canadá, o que é bastante preocupante, por diversos motivos, mas principalmente porque a medicação pode, eventualmente, ser um apoio na intervenção, mas não é o tratamento para o autismo, além disso, trata-se de medicações que não foram testadas nesta população, o que mostra que não é só aqui que temos desinformação e comportamento não científico. Agora, se nesses países, que possuem serviços públicos robustos, temos esses dados, é provável que no Brasil tenhamos quadros ainda mais sérios, em que pouquíssimas pessoas têm a intervenção adequada. Seria muito importante um estudo como este no Brasil”, disse ele, que é autor do livro “Transtorno do Espectro Autista: uma brevíssima introdução”.

Esta pesquisa científica — publicada em 1º.abr.2020 na Pediatrics, publicação científica da Academia Americana de Pediatria — foi feita com 805 crianças de 3 a 6 anos de idade, seis meses após seu diagnóstico de Transtorno do Espectro do Autismo, que se matricularam na Autism Treatment Network, um grupo de 17 centros médicos nos EUA e no Canadá ligados à ONG norte-americana Autism Speaks, de dezembro de 2007 a dezembro de 2013.

O estudo completo (em inglês) pode ser acessado em: ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32238536.

 

(Com informações da Spectrum News)

Estudo aponta que crianças com autismo recebem medicação não indicada e pouca terapia — Tismoo