A jovem ativista sueca foi indicada ao prêmio em 2019 e 2020 por sua luta contra o aquecimento global

Com apenas 17 anos de idade, Greta Thunberg e seu movimento “Sextas-Feiras para o Futuro” (“Fridays For Future”, no original em inglês) foi, pela segunda vez, indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Protestando contra o aquecimento global, em favor da defesa do meio ambiente, a jovem militante autista tem como hiperfoco os problemas ecológicos do planeta. Em pouco tempo, o movimento da sueca tornou-se global e a mensagem chegou a inúmeros líderes importantes ao redor do mundo.

No documento da indicação, enviado por parlamentares da Suécia, a justificativa é de que o tema ganhou tanta importância e destaque em função da jovem e seu movimento: “Greta Thunberg é ativista climática e a principal razão pela qual merece o prêmio Nobel da Paz é que, apesar de sua juventude, não deixa de alertar os líderes da crise climática”, escrevem Jens Holm e Håkan Svenneling ao Comitê Nobel da Noruega. “Sextas-feiras para o Futuro é o movimento criado em torno de Greta Thunberg. Sem ele e Greta Thunberg, a questão climática não teria ganhado tanta importância”, explicaram os signatários da indicação.

Indicada ao Nobel da Paz, autista luta contra mudanças climáticas: Greta Thunberg — Tismoo

Vale relembrar o início desta trajetória. Greta, com autismo leve — à época diagnosticada com Síndrome de Asperger —, iniciou um movimento de greves escolares às sextas-feiras. Sozinha, ela começou a ir em frente ao parlamento sueco, em agosto de 2018, com um cartaz escrito “Greve escolar pelo clima” — frase que se tornou o lema do movimento — e logo jovens preocupados com as mudanças climáticas sentiram-se representados por ela e a greve recebeu o engajamento de toda a Suécia. Em seguida, espalhou-se rapidamente para toda a Europa, para em pouco tempo tornar-se global.

Pandemia

Com a pandemia do novo coronavírus, a jovem autista doou um prêmio de US$ 100 mil (cerca de R$ 580 mil) que recebeu da fundação dinamarquesa Human Act para a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para auxiliar na luta contra o coronavírus: “Assim como a crise climática, a pandemia de coronavírus é uma crise dos direitos das crianças”, afirmou ela, em um comunicado divulgado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), no último dia 30 de abril.

Numa live no Instagram no início de abril, Greta destacou a importância da ciência neste momento: “O ensinamento é que temos e podemos agir nas crises. Essa pandemia é uma tragédia e está tirando vidas. Temos que fazer tudo o que é possível. Temos que espalhar a informação dos especialistas e agir com responsabilidade”. Greta estava em um apartamento emprestado, onde está morando sozinha temporariamente por ter apresentado sintomas de covid-19 e se isolou de sua família. “Estou com sintomas leves, mas não posso fazer o teste, porque aqui na Suécia só os casos emergenciais fazem o exame”, explicou ela.

Leia mais no nosso artigo do ano passado, sobre a primeira indicação de Greta ao Nobel (Indicada ao Nobel da Paz, autista luta contra mudanças climáticas) e quando ela foi capa da revista Time (Greta é escolhida personalidade do ano pela revista Time).

Dicas são publicadas nas redes sociais e ilustradas com o André, o personagem autista da Turma da Mônica

O Instituto Mauricio de Sousa e a Revista Autismo uniram-se para publicarem diariamente nas redes sociais dicas para famílias com as crianças neste momento de isolamento social por conta da pandemia do novo coronavírus, especialmente para autistas. São mais de vinte dicas, publicadas todos os dias para orientar e dar ideias e sugestões para melhorar o dia a dia da rotina em casa.

O diretor executivo do Instituto, Amauri de Sousa, elogiou a iniciativa: “Conteúdos por meio de uma linguagem clara e lúdica estimulam o desenvolvimento humano, à inclusão social, o incentivo à leitura, o respeito entre as diferenças, além da formação de cidadãos conscientes e conhecedores de seus deveres e direitos”.

Dica todo dia

Na quarentena, Instituto Mauricio de Sousa e Revista Autismo dão dicas diárias para autistas

Dicas — como a primeira publicada —, de criar um ambiente propício, um cantinho mais silencioso reservado para as atividades, foram dadas pela Neuro Days, um centro de avaliações neuropsicológicas que faz atendimentos por valores sociais, de acordo com a situação socioeconômica e personalizada para cada família, com profissionais que atuam nas grandes universidades como a Unifesp e USP.

Para a neuropsicóloga Deise Ruiz, fundadora do Centro de Avaliações Neuro Days e mestranda em psiquiatria e psicologia médica, a ação é extremamente útil para as famílias neste momento de isolamento social. “Pequenas ideias e sugestões neste momento podem ser muito valiosas para todos”, disse ela, que elaborou as dicas junto com toda sua equipe.

As dicas diárias, que começaram a ser publicadas na última quarta-feira, 29.abr.2020, são sempre ilustradas com o André, o personagem autista da Turma da Mônica, que tem histórias exclusivas publicadas a cada edição da Revista Autismo, desde o início do ano passado.

Apesar de não ser considerado um medicamento, será exigida receita médica de controle especial

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a comercialização de um fármaco à base de canabidiol (CBD) após ter aprovado seu registro, em resolução publicada no dia 22.abr.2020, no Diário Oficial. Trata-se de um produto e não um medicamento, pois ainda não passou por todas as fases que comprovassem sua eficácia.

Desde 10 de março de 2020 está em vigor uma resolução que cria uma nova categoria de produtos derivados de cannabis. A partir então, as empresas interessadas nessa comercialização já puderam solicitar o pedido de autorização à Anvisa.

Concentração de THC

Pelo regulamento, o produto — um fitofármaco, com concentração de THC (Tetra-hidrocanabinol) de até 0,2% — será o primeiro à base de cannabis aprovado pela agência para ser comercializado em farmácias e drogarias “exclusivamente sob a dispensação de um farmacêutico”, segundo o gerente de medicamentos específicos da Anvisa, João Paulo Silvério Perfeito. Ou seja, só poderá ser comprado com receita médica de controle especial (tipo B).

Já os produtos com concentrações de THC superiores a 0,2% só poderão ser prescritos a pacientes terminais ou que tenham esgotado as alternativas terapêuticas de tratamento. Nesse caso, o receituário para prescrição será do tipo A, com validade de 30 dias, fornecido pela Vigilância Sanitária local, padrão semelhante ao da morfina, por exemplo.

Segundo a Anvisa, “o canabidiol poderá ser prescrito quando estiverem esgotadas outras opções terapêuticas disponíveis no mercado brasileiro”. Em nota à imprensa, a agência esclareceu que os pacientes devem ser informados sobre o uso do produto, quando prescrito: “As informações fornecidas devem contemplar: os riscos à saúde envolvidos; a condição regulatória do produto quanto à comprovação de segurança e eficácia, informando que o produto de Cannabis não é medicamento; os possíveis efeitos adversos, como sedação e comprometimento cognitivo e os cuidados na utilização”.

Pesquisas

Em vários países, diversos estudos têm sido feitos para verificar os benefícios do canabidiol em pessoas com autismo, principalmente para controle de epilepsia e distúrbios do sono. As pesquisas, porém, ainda não são conclusivas para o autismo. Estima-se que teremos um ensaio clínico prospectivo somente daqui um ou dois anos. O CBD, por enquanto, é aprovado apenas para alguns casos de epilepsia. O neurocientista Alysson Muotri, cofundador da Tismoo, se surpreendeu com a decisão da Anvisa. “O que foi aprovado contém o THC, substância que até agora foi muito menos estudada em relação ao cérebro em desenvolvimento. Achei um pouco precoce esta ação da Anvisa”, enfatizou ele.

De acordo com a Anvisa, a regra para o registro de medicamentos novos ou inovadores prevê a realização de pesquisas clínicas que sejam capazes de comprovar a eficácia desses produtos, além de outros requisitos para o seu enquadramento como medicamentos. O atual estágio técnico-científico em que se encontram os produtos à base de cannabis no mundo não é suficiente para a sua aprovação como medicamentos. A nova categoria permite que os pacientes no Brasil tenham acesso a esses produtos.

Importações excepcionais

As importações de produtos derivados de cannabis, como o canabidiol, continuam autorizadas de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 335/2020. Para a solicitação dessa autorização, é necessário acessar a página de serviços do Governo Federal e preencher o formulário eletrônico de autorização para importação excepcional de canabidiol.

Evento na internet promovido pela Revista Autismo e Tismoo.me tem 12 horas de conteúdo, em 34 palestras

Em uma ação conjunta entre a Revista Autismo e a Tismoo.me, um congresso online foi organizado em virtude do cancelamento e adiamento de todos os eventos presenciais sobre autismo por conta a pandemia de convid-19. É o 1º Congresso Online pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo, com um total de 12 horas de conteúdo, de 36 palestrantes diferentes, entre eles, o desenhista Mauricio de Sousa e a filha Marina — são 34 palestras gratuitas —, disponíveis na internet até o fim do mês de abril de 2020.

Autistas, pais, professores, terapeutas, médicos, especialistas e cientistas, como os cofundadores da Tismoo, Alysson Muotri, Graciela Pignatari, Roberto Herai e o médico Carlos Gadia, estão entre os palestrantes, com temas variados em 34 vídeos, que vão de 7 a 45 minutos cada. Mais de 30 mil pessoas já assistiram ao evento online. Não é preciso fazer inscrição, basta acessar o site do evento (aqui), colocar seu email e assistir às palestras que quiser.

Entre os autistas, Tiago Abreu, um dos criadores do podcast Introvertendo, é um dos palestrantes, assim como Joana Scheer e Josiane Soares — estas duas últimas, integrantes da Liga dos Autistas — Paulo Roberto Martins-Filho, Nícolas Brito Sales e William Chimura.

Temas das palestras

Seguem os temas e seus palestrantes (em ordem alfabética):

1 Saúde bucal da pessoa com autismo Adriana Zink
2 As novidades sobre neurociência e autismo Alysson Muotri
3 Novas abordagens clínicas para o autismo Caio Abujadi
4 Regras para o BPC/LOAS e dicas para IRPF Carla Bertin
5 Desafios do autismo no Brasil Carlos Gadia
6 A importância do ensino da fala para pessoas com autismo Celso Goyos
7 Abrindo a discussão sobre Atividades Vocacionais para o TEA Cláudia Moraes
8 Autismo: sustentabilidade e inclusão no mercado de trabalho Daniel Martin Ely
9 Transtorno do Espectro do Autismo em meninas Deborah Kerches
10 Autismo e genética Diogo Lovato
11 Autismo: um passo a passo para uma terapia eficaz Fábio Coelho
12 O autismo ao longo da vida Fátima de Kwant
13 Como obter informação de qualidade sobre autismo Francisco Paiva Jr.
14 A importância de exames genéticos para o autismo Graciela Pignatari
15 Desafios do diagnóstico no serviço público do Brasil Joana Portolese
16 O que você precisa saber sobre hiperfoco Joana Scheer
17 A amizade neurodiversa e os benefícios da Libras Josiane Soares + Jéssica Carrijo
18 Mães terapeutas Kaká do Autistólogos
19 Autismo: inclusão escolar baseada em evidência científica Lucelmo Lacerda
20 Valorização da Neurodiversidade nas Empresas Marcelo Vitoriano
21 O programa TEACCH e suas contribuições Maria Elisa Fonseca
22 A inclusào do autismo nas histórias em quadrinhos Mauricio de Sousa + Marina Sousa
23 O tratamento de autismo Mayra Gaiato
24 Manejo de dificuldades comportamentais no autismo Meca Andrade
25 Minha vida profissional Nícolas Brito Sales
26 Fundamentos clínicos para o diagnóstico do TEA na infância Paulo Liberalesso
27 Primeiros passos para o entendimento de um estudo científico Paulo Roberto Martins-Filho
28 Síndrome do X-Frágil Roberto Herai
29 Avaliação qualitativa de habilidades cognitivas de autistas Sabrina Ribeiro
30 PECS e comunicação: como ensinar Soraia Vieira
31 Autistas nas universidades brasileiras Tiago Abreu
32 Evidências científicas do método TEACCH Viviane De Leon
33 Seletividade alimentar no autismo Wigna Rayssa
34 A união da comunidade do autismo William Chimura

1º Congresso Online pelo Dia Mundial de Conscientização do Autismo — Revista Autismo e Tismoo.me

Diagnósticos de autismo continuam aumentando, com abrangência em todas as classes, raças e etnias

Os Estados Unidos divulgaram novos números da prevalência de autismo: 1 para 54. Os dados estatísticos foram publicados ontem (26.mar.2020) pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention — o Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo dos EUA). O aumento é de 10% em relação ao número anterior, de 2014, que era de 1 para 59.

A estatística, divulgada a cada dois anos pelo CDC, continua mostrando a proporção de quatro meninos para cada menina (4,3 para um, para ser exato) e refere-se a crianças de 8 anos nos Estados Unidos, em 11 estados, e são de informações coletadas em 2016, sempre de 4 anos atrás. Estas estimativas de prevalência são baseadas em registros educacionais e de saúde coletados pela Rede de Monitoramento de Autismo e Deficiências do Desenvolvimento do CDC.

Sem discriminação

Pela primeira vez, os números do CDC mostram uma prevalência quase idêntica em crianças negras e brancas. Pesquisadores já sinalizavam uma suspeita de que as diferenças vistas anteriormente refletiam um viés contra grupos não brancos, ao invés de uma real diferença de prevalência entre eles. Contudo, nos Estados Unidos, a prevalência em crianças de origem hispânica ainda fica abaixo dos números de outros grupos étnicos.

“A diferença na prevalência de autismo entre grupos humanos não é biológica, mas social. Autismo não discrimina”, comentou o neurocientista brasileiro Alysson Muotri, cofundador da Tismoo e professor da faculdade de medicina da Universidade da Califórnia em San Diego, Califórnia (Estados Unidos), referindo-se aos diagnósticos acontecerem em quem tem melhores condições financeiras. 

O estudo destaca que o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) está presente em todos os grupos raciais, étnicos e socioeconômicos Ou seja, esta condição de saúde está em todas as classes, mas só tem o diagnóstico — e, portanto, tem ou busca um tratamento — quem tem acesso a melhores condições sociais. Os demais continuam sem diagnóstico, sem constar nas estatísticas. Um bom exemplo é o Brasil, praticamente ainda sem números de prevalência (teve só uma pesquisa-piloto), e todo o continente africano sem qualquer estudo de prevalência de TEA. Veja o mapa online de prevalência feito pela Spectrum News. (veja em nosso artigo “Quantos autistas há no mundo?“)

Diagnóstico precoce

EUA tem novo número de prevalência de autismo: 1 para 54 — TismooO acompanhamento de crianças de quatro anos num relatório do CDC sugere que o número de diagnósticos precoces aumentou de 2014 para 2016, sugerindo que cuidadores e profissionais de saúde estão detectando e suspeitando de autismo mais cedo. Se a tendência continuar, dizem os especialistas, a prevalência entre as crianças de 8 anos continuará a aumentar. Essa também é a opinião da bióloga molecular Graciela Pignatari, cofundadora da Tismoo: “Há dez anos, mal sabíamos o que era autismo e hoje nós todos desta comunidade estamos cada vez mais na mídia. Apesar de ainda ter muito preconceito, já sabemos que o autismo é um espectro e que faz parte da neurodiversidade, que é uma condição genética e majoritariamente hereditária, um fator importante nesse aumento”. A cientista ainda ressalta a importância da formação profissional “para que o diagnóstico e intervenções sejam cada dia mais precoces”. Os diagnósticos continuam sendo clínicos, mas os exames genéticos têm ganhado cada vez mais importância para uma segunda camada do diagnóstico, além de poder diferenciar autismo essencial de sindrômico. (leia nosso artigo “A ‘segunda camada’ do diagnóstico de autismo“)

Parte do aumento da prevalência pode ter relação com o progressivo movimento de conscientização da sociedade e também entre os profissionais de saúde sobre a necessidade de triagem e tratamento do TEA. Mas, especialistas dos EUA observam alguma contribuição da maior inclusão de crianças de diferentes grupos raciais e étnicos aos diagnósticos e tratamentos naquele país.

A crescente prevalência em crianças indica que adultos autistas também precisam de mais consideração, diz Catherine Rice, diretora do Emory Autism Center, em Atlanta (Geórgia). Segundo as novas estimativas, cerca de 75 mil adolescentes autistas se tornarão adultos a cada ano, disse ao Spectrum News, confirmando que o autismo é uma “importante condição de saúde pública”.

O estudo do CDC completo (em inglês) está disponível em: https://www.cdc.gov/mmwr/volumes/69/ss/ss6904a1.htm?s_cid=ss6904a1_w.

 

Com informações do CDC, Revista Autismo e Spectrum News.

Experiência está sendo feita no sul da Califórnia, nos Estados Unidos

Em pessoas com autismo, a interação social é prejudicada em algum nível. Isso fica ainda mais evidente em ambientes escolares, ambiente em que muitas crianças e adolescentes enfrentam dificuldades no aprendizado. Algumas pesquisas sugerem que robôs com habilidades para dar um auxílio social podem ajudá-los nesse processo, mas apenas se a máquina conseguir interpretar com precisão o comportamento do estudante e reagir adequadamente.

Essa é a missão que pesquisadores do Departamento de Ciência da Computação da Universidade do Sul da Califórnia (USC) assumiu. Eles desenvolveram robôs de aprendizado personalizado para autistas, além de terem investigado se os equipamentos poderiam estimar o grau de interesse dos alunos em uma atividade usando o aprendizado de máquina (machine learning).

Nos testes, foram colocados robôs de assistência social nas casas de 17 crianças com autismo, durante um mês. Os equipamentos tiveram as instruções personalizadas para os padrões de aprendizagem de cada estudante ao longo das intervenções. Passado esse período, os cientistas também analisaram o envolvimento dos participantes e se o robô foi capaz de detectar autonomamente se os pequenos estavam ou não interessados e participativos, com 90% de precisão. Os resultados foram publicados nas revistas Frontiers in Robotics and AI e Science Robotics. Segundo os pesquisadores, esse é um dos maiores estudos do gênero já realizado.

Veja o robô em funcionamento na reportagem da Newsweek ou abaixo, no vídeo da National Science Foundation.

 

Genoma ganha cada vez mais relevância para a ciência e medicina personalizada em

Cientistas brasileiros sequenciaram em tempo recorde o genoma do novo coronavírus encontrado no Brasil: 48 horas. O trabalho foi feito pelos pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) e do Instituto Adolfo Lutz (IAL), em parceria com cientistas britânicos da Universidade de Oxford.

O sequenciamento genético, que normalmente leva 15 dias para ser realizado, foi concluído em 48 horas no caso do primeiro paciente identificado com a doença no Brasil. O genoma do vírus encontrado no segundo caso brasileiro confirmado também foi sequenciado pela mesma equipe.

Duas cientistas brasileiras se destacaram: Ester Sabino, diretora do Instituto de Medicina Tropical da USP e coordenadora do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (Cadde), especializado em epidemias de arboviroses, como dengue e Zika, e a pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP Jaqueline Goes de Jesus, que coordenou o sequenciamento, bolsista da agência de fomento Fapesp. Além das duas,o pesquisador Claudio Tavares Sacchi, do Instituto Adolfo Lutz atuou em colaboração.

Recorde

“Em média, os países estão conseguindo fazer o sequenciamento em 15 dias. Queríamos fazer em 24 horas, bater o recorde, mas não funcionou tudo (no processo). Fizemos em 48 horas, como o Instituto Pasteur (na França)”, disse Ester à BBC News Brasil. Vale destacar que o coronavírus tem aproximadamentes 30 mil pares de bases, enquanto o genoma humano tem 3,1 bilhões, o que aumenta muito a rapidez deste processo com organismos mais simples.

O sequenciamento genético tem sido cada vez mais utilizado para sabermos mais sobre todos os organismos, inclusive vírus e bactérias. Não é somente uma das mais importantes ferramentas da medicina já no presente, mas da ciência como um todo.

A Tismoo sempre apostou na genética como o principal caminho para a medicina personalizada, o que tem sido confirmado não só com casos como este, que demonstra a relevância do sequenciamento do genoma para a ciência, com doenças virais, como no estudo publicado há menos de um ano confirmando que o autismo risco de autismo é de 97% a 99% genético (leia nosso artigo sobre esse estudo) — sendo 81% hereditário.

 

Desta vez, quem recebe a apresentação sobre a nova rede social será Houston, no Texas

Com palestra do jornalista Francisco Paiva Junior, quem coordena o iniciativa Tismoo.me, o objetivo é apresentar a nova rede social aos brasileiros e norte-americanos que vivem nos Estados Unidos, já que a plataforma será lançada em ambos os países — em português e em inglês. Outro palestrante que tocará no assunto e o renomado neurocientista Alysson Muotri, cofundador da Tismoo.

Califórnia

Os dois eventos anteriores foram em dezembro último, na Califórnia. O primeiro aconteceu em San Diego, no dia 5 de dezembro, organizado pela ATPF (Autism Tree Project Foundation), organização não-governamental local que atende famílias afetadas pelo autismo naquela região. O evento, todo em inglês e direcionado à comunidade norte-americana, foi na Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), com apresentações do neurocientista Alysson Muotri e do jornalista Francisco Paiva Junior, que coordena o projeto da nova rede social com foco no autismo.

O segundo evento deu-se no Consulado Geral do Brasil em Los Angeles, na manhã do dia 7 de dezembro. Todo em português, o evento “Juntos somos mais fortes” reuniu a comunidade brasileira que vive na Califórnia para falar de autismo. Além dos dois palestrantes do evento de San Diego, Muotri e Paiva, outros nomes ligados ao autismo também se apresentaram no consulado brasileiro.

Ícone da Tismoo.me - a rede social dedicada ao autismo.

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Você ainda não sabe o que é a Tismoo.me? Então leia nosso artigo “Lançamento 2020! Rede social Tismoo.me”, e inscreva-se na lista de espera para conectar-se à plataforma quando for lançada, acessando o site: tismoo.me.

Brasil terá movimento nacional unificado, lançado pela Revista Autismo, para o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril

Todos unidos em 2020: ‘Respeito para todo o espectro’

Segundo os organizadores da campanha, “ao mencionar ‘todo o espectro’ no tema, a campanha deixa claro que há uma extensa diversidade, um espectro, na maneira como o autismo afeta cada indivíduo, havendo desde pessoas com graves comprometimentos e comorbidades (outras condições de saúde associadas, como epilepsia e deficiência intelectual) até os chamados ‘autistas de alto funcionamento’, com sinais e sintomas muito leves do transtorno (antigamente diagnosticados com síndrome de Asperger). Por isso o nome técnico ganhou a palavra ‘espectro’, Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), pela grande variação de características e intensidades”.

#RESPECTRO

O pedido é simples: “respeito nas políticas públicas (quase inexistentes no país), respeito no tratamento e terapias por meio do SUS (sem previsão do mínimo aceitável), respeito na inclusão no mercado de trabalho, na educação, em eventos, na sociedade de um modo geral e, logicamente, mais informação e menos preconceito”. Mais conteúdo a respeito de autismo e o “2 de abril” podem ser obtidas aqui no Portal da Tismoo e no site da Revista Autismo. A ONU também disponibiliza informações sobre a data e seu site (www.un.org/en/events/autismday).

No 2 de abril e principalmente no fim de semana dos dias 4 e 5 de abril, haverá eventos e caminhadas em todo o Brasil para promover a conscientização a respeito do TEA. Em 2019, o maior evento aconteceu em São Paulo (SP), na Avenida Paulista, onde 10 mil pessoas caminharam para chamar a atenção pela causa. Outros destaques de público foram o Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Manaus (AM). Em 2020, as tradicionais caminhadas do Dia Mundial de Conscientização do Autismo de São Paulo e Rio de Janeiro acontecerão no domingo 5 de abril.

Leia também nosso artigo (constantemente atualizado) “O que é autismo ou Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)?” e “Quais os sinais e sintomas de autismo?”.

Filme curta-metragem feito por diretor que tem um filho autista é sobre ter uma criança “diferente” dos padrões

Aceitar um diagnóstico de autismo é essencial. Ainda mais se estivermos falando de uma criança, a aceitação por parte da família, principalmente dos pais, faz toda a diferença.

Esse é o mote de um curta-metragem lançado pela Pixar, chamado “Float” (em inglês, flutuador, numa tradução livre), disponível desde novembro de 2019 para os Estados Unidos na plataforma de streaming de vídeo Disney+ (que estreia no Brasil em 2020, mas ainda sem data definida).

A animação, com sete minutos de duração, conta a história de um garoto que tem o poder de flutuar (o que dá nome ao curta). Com a desaprovação da vizinhança e das pessoas ao redor para essa “diferença” da criança, o pai opta por isolar-se e manter o menino em casa. A tentativa é de protegê-lo. Qualquer semelhança com histórias de famílias afetadas pelo autismo ou outras condições de saúde não é mera coincidência. Um curta da Pixar baseado em autismo: ‘Float’

Um curta da Pixar baseado em autismo: 'Float' — TismooAceitação e empatia

Além de aceitação, o curta fala de empatia, principalmente para quem tem filhos neurotípicos e não sabe como lidar com situações envolvendo diversidade, neurodiversidade e condições de saúde limitantes. Num dado momento, diante de tanto olhares julgando seu comportamento o o do filho, o pai se desespera e clama ao garoto, na única fala do filme: “Por que você não pode simplesmente ser normal?!” (quando assisti pela primeira vez, caiu um cisco no meu olho bem nessa hora…).

Melhor parar por aqui para não dar spoiler. O filme é realmente muito lindo e termina com uma dedicatória de Bobby: “Para Alex. Obrigado por me tornar um pai melhor! Dedicado com amor e compreensão a todas as famílias que têm crianças consideradas diferentes”.

“Float” não fala de autismo explicitamente, mas é uma metáfora excelente para qualquer família com uma criança que não seja neurotípica, fora dos “padrões”, diferente, que “não flutua”.

Trailer

Veja, abaixo, o trailer oficial de “Float” e outros curtas do projeto”‘SparkShots”.