Como boa parte das questões que são relacionadas às “desordens” do comportamento, durante muito tempo o autista foi marginalizado ou colocado na “caixa” das doenças psiquiátricas. Graças ao desenvolvimento dos estudos sobre o assunto, hoje o autismo é tratado com mais sensibilidade, por médicos, pais, familiares e pela sociedade, que no fim, são pessoas como você e eu. Se ainda não descobrimos todas as chaves dos mistérios genéticos por trás dos transtornos do espectro, precisamos reconhecer que já demos grandes passos em relação a forma de enxergar o autista. Gostaríamos de te apresentar alguns momentos importantes nessa história. Essa visão ampliada, certamente, aumentará seu entendimento sobre o tema e a sua evolução ao longo dessa história.

O termo “autismo”

A palavra foi usada pela primeira vez em 1908, quando o psiquiatra suíço Eugen Bleuler estudava um grupo de pessoas com sintomas ligados à esquizofrenia. Segundo suas anotações, a palavra foi originada na etmologia grega “autos”, que significa “eu”.

Dificuldades emocionais

Em 1943, o psiquiatra austríaco Leo Kanner usou a palavra autista para descrever o comportamento de indivíduos com distúrbios emocionais. Ele os descreveu como indiferentes a outras pessoas, emocionalmente frios, distanciado e retraídos. No entanto, nos últimos anos essas dificuldades emocionais foram consideradas apenas uma parte dos déficits sociais envolvidos no autismo.

Asperger

A síndrome foi descrita em 1944, pelo pesquisador austríaco Hans Asperger. Ele observou um grupo de crianças, majoritariamente meninos, que tinham dificuldade de fazer amizades, apresentavam baixa empatia e descoordenação motora. Chamou a atenção do psiquiatra a capacidade dessas crianças de conversar detalhadamente sobre temas específicos, o que o levou a chama-las de “pequenos professores”.

Culpabilidade dos pais

Até os anos 60, o autismo não era diagnosticado separadamente, mas como um subgrupo da esquizofrenia infantil. Durante a década de 50, era forte a linha que associava a questão à falta de emotividade dos pais — a teoria da “mãe geladeira”.

Genética

No início da década de 60, a biologia e a genética passam a serem percebidas como os principais fatores causais do autismo. Diversas pesquisas evidenciam que o autismo é um transtorno presente desde a infância e que está presente em diversos países, etnias e grupos sociais. A atribuição do autismo ao distanciamento materno é completamente abandonada.

Descrição dos comportamentos

Em 1978 o psiquiatra britânico Michael Rutter classifica o autismo com base em quatro comportamentos-base: desvio social; problemas de comunicação; movimentos repetitivos; surgimento dos sintomas antes de 3 anos de idade.

A evolução do entendimento do autismo não para por aí. Ficou curioso com os próximos desdobramentos? Continue conosco nessa jornada, na próxima semana.

Encontrar um livro com o qual você se identifica é como tomar um café com um amigo. É se sentir abraçado por um enredo ou instigado a compreender mais sobre um tema. Então, que tal aproveitar o tempo frio e passar um tempo na companhia de um bom livro? O autismo é um assunto com vasta literatura. Além de publicações técnicas, com abordagem científica, há romances e biografias que podem jogar luz em diversos pontos que intrigam quem convive com esta condição de algum membro na família. Selecionamos quatro obras que trazem olhares interessantes sobre o autismo:

1) O que me faz pular — Naoki Higashida

Ninguém melhor para falar sobre autismo do que alguém que vive essa realidade. Aos 13 anos, o japonês Naoki Higashida mostra com leveza o ponto de vista de um autista sobre situações cotidianas. Além de crônicas, o jovem autor responde a diversas questões que estão sempre presentes para quem convive com um autista. Desde as motivações por trás dos movimentos repetitivos passando pelos laços sociais e a necessidade de planejamento na rotina.

2) Memórias de um amigo imaginário — Matthew Dicks

Narrado por Budo, amigo imaginário de Max, o livro conta como o garoto se apoia na sua imaginação para lidar com dificuldades típicas de uma criança autista: isolamento social, comportamentos sistemáticos, aversão ao toque e dificuldade de se conectar com o mundo à sua volta. Apesar de não haver a menção clara de que Max é autista, suas características podem ser relacionadas ao transtorno. A narrativa é sensível e se apoia na ideia de que a diferença é só mais um jeito de ser.

3) O estranho caso do cachorro morto — Mark Haddon

Traduzido em mais de 15 idiomas, o livro tem como protagonista um jovem com síndrome de Asperger. Depois de ser injustamente acusado de ter matado o cachorro da vizinha, o personagem principal inicia uma saga para descobrir o que de fato aconteceu. Construído de forma inteligente e divertida, a obra toca em pontos clássicos relacionados ao transtorno.

4) Passarinha — Kathryn Erskine

A síndrome de Aspeger também é um dos traços definidores desse livro. Depois de perder uma pessoa querida, a protagonista começa uma jornada de redescobrimento de significados. Se antes o mundo era definido em duas oposições claras (claro e escuro, bom e ruim), a jovem começa a compreender que a vida é feita de nuances. A autora descreve com sensibilidade essa virada da personagem, que aprende a desconstruir diversos comportamentos clássicos do seu transtorno.

5) Nascido em um dia azul — Daniel Tammet

O livro autobiográfico de Daniel Tammet contrapõe seu presente bem sucedido como professor e celebridade de um programa de televisão britânico, com uma infância difícil de isolamento. É interessante acompanhar como o autor superou as barreiras sociais do autismo — sem perder sua identidade, respeitando suas limitações e valorizando seus talentos.

Encontrar um livro com o qual você se identifica é como tomar um café com um amigo. É se sentir abraçado por um enredo ou instigado a compreender mais sobre um tema. Então, que tal aproveitar o tempo frio e passar um tempo na companhia de um bom livro? O autismo é um assunto com vasta literatura. Além de publicações técnicas, com abordagem científica, há romances e biografias que podem jogar luz em diversos pontos que intrigam quem convive com esta condição de algum membro na família. Selecionamos quatro obras que trazem olhares interessantes sobre o autismo:

1) O que me faz pular — Naoki Higashida

Ninguém melhor para falar sobre autismo do que alguém que vive essa realidade. Aos 13 anos, o japonês Naoki Higashida mostra com leveza o ponto de vista de um autista sobre situações cotidianas. Além de crônicas, o jovem autor responde a diversas questões que estão sempre presentes para quem convive com um autista. Desde as motivações por trás dos movimentos repetitivos passando pelos laços sociais e a necessidade de planejamento na rotina.

2) Memórias de um amigo imaginário — Matthew Dicks

Narrado por Budo, amigo imaginário de Max, o livro conta como o garoto se apoia na sua imaginação para lidar com dificuldades típicas de uma criança autista: isolamento social, comportamentos sistemáticos, aversão ao toque e dificuldade de se conectar com o mundo à sua volta. Apesar de não haver a menção clara de que Max é autista, suas características podem ser relacionadas ao transtorno. A narrativa é sensível e se apoia na ideia de que a diferença é só mais um jeito de ser.

3) O estranho caso do cachorro morto — Mark Haddon

Traduzido em mais de 15 idiomas, o livro tem como protagonista um jovem com síndrome de Asperger. Depois de ser injustamente acusado de ter matado o cachorro da vizinha, o personagem principal inicia uma saga para descobrir o que de fato aconteceu. Construído de forma inteligente e divertida, a obra toca em pontos clássicos relacionados ao transtorno.

4) Passarinha — Kathryn Erskine

A síndrome de Aspeger também é um dos traços definidores desse livro. Depois de perder uma pessoa querida, a protagonista começa uma jornada de redescobrimento de significados. Se antes o mundo era definido em duas oposições claras (claro e escuro, bom e ruim), a jovem começa a compreender que a vida é feita de nuances. A autora descreve com sensibilidade essa virada da personagem, que aprende a desconstruir diversos comportamentos clássicos do seu transtorno.

5) Nascido em um dia azul — Daniel Tammet

O livro autobiográfico de Daniel Tammet contrapõe seu presente bem sucedido como professor e celebridade de um programa de televisão britânico, com uma infância difícil de isolamento. É interessante acompanhar como o autor superou as barreiras sociais do autismo — sem perder sua identidade, respeitando suas limitações e valorizando seus talentos.

Quatro letras: A, T, C, G. Três bilhões de combinações entre elas formam o DNA de uma pessoa. Como cada ser humano é único, essa sequência não se repete — mesmo gêmeos idênticos são geneticamente diferentes. Se os transtornos do espectro autista têm grande parte de sua origem em mutações genéticas, descobrir onde estão as falhas no genoma de indivíduos autistas é uma estrada longa e promissora para a ciência. Por quê? Algumas doenças são causadas por uma mutação específica, ou seja, depois de mapeado esse pedacinho específico do DNA que causa o problema, o diagnóstico é conclusivo. No caso do autismo, algumas centenas de DNA já foram registradas como causadores do transtorno. E os pesquisadores estimam que esse número possa chegar à casa dos milhares. Isso explica porque os autistas são tão diferentes entre si — essa variedade nas mutações, combinada a fatores externos, se manifesta de diversas formas.

Alguns projetos ao redor do mundo, como o Aut10K, se dedicam a construir uma base de dados com as informações genéticas de famílias afetadas pelo autismo. Em parceria com o Google, o instituto Autism Speaks está sequenciando o genoma de 10 mil pessoas. Esse é um grande passo para a ciência porque com o Google Cloud será possível não apenas armazenar a informação (o DNA de uma pessoa equivale ao espaço de 50 filmes em alta definição em um computador ou 100 gigabytes), como também compartilhar esses dados com outros pesquisadores.

E tudo isso sem perder de vista a privacidade das famílias, os cientistas usam um sistema de anonimato para proteger a identidade dos participantes. Dessa forma, crescem os registros das mutações relacionadas ao autismo para que a comunidade científica use em diagnósticos e pesquisas.

A bioinformática está mudando a forma dos cientistas entenderem o autismo. Usando o big data — grande sistema que cruza informações — é possível criar algoritmos que não apenas indicam as mutações conhecidas, mas também fazer previsões de onde aquelas ainda não descobertas podem estar. Cada pessoa sequenciada em projetos como esse são como grãos de areia em uma praia. O conjunto delas dá a ciência informações que podem fazer a diferença na forma como o autismo é entendido e tratado. Quer fazer o seu? Entre em contato com a Tismoo.

Cada vez mais pesquisas científicas consolidam a noção de que o fator genético é o principal elemento no desenvolvimento do autismo. Essa conclusão reafirma como a genética pode ser uma aliada não apenas no diagnóstico, mas também na forma como os tratamentos são aplicados. Essa noção faz dos painéis genéticos documentos extremamente valiosos sobre a nossa saúde. No futuro, as pessoas não vão mais esperar terem doenças para se tratarem. Com o genoma mapeado, será possível antecipar, prevenir e regular alterações antes que elas se manifestem clinicamente. Atualmente, os cientistas conseguiram catalogar cerca de 20 mil genes — o que corresponde a menos de 1% da carga genética humana. Ou seja, o caminho ainda é longo, mas já avançamos muito.

Um bom sequenciamento genético já é capaz de indicar diversos genes relacionados as diversas variações dentro do espectro autista. Os efeitos dessas mutações são variáveis, o que torna o autismo uma condição extremamente diversificada e individual. Nesse aspecto está a principal vantagem de buscar o mapeamento genético: ele busca dar mais subsídios para que o médico faça uma abordagem cada vez mais individualizada com terapias e medicações específicas para as características de cada paciente.

Ao fazer um sequenciamento genético, são dois os caminhos possíveis de resultado. O primeiro é quando o gene é conhecido, e o segundo, é quando o gene ainda é desconhecido. Entenda melhor a seguir:

Situação 1 — Gene conhecido

Quando os genes identificados já são conhecidos, podemos nos deparar com duas situações distintas:

1. Via alterada conhecida — Quando uma via alterada conhecida é identificada, isso significa que já é possível iniciar uma busca científica por um possível tratamento.

2. Via alterada não conhecida — Quando uma via alterada não conhecida é identificada, a alternativa será o uso da nossa tecnologia dos “minicérebros” TismooMe® que tem a finalidade de simular o desenvolvimento neuronal em laboratório nas células do paciente a partir da tecnologia de reprogramação celular tendo assim, as características genéticas do próprio paciente e podendo ser utilizada como plataforma para testes de farmácos visando um tratamento personalizado para este individuo.

Outra alternativa para estes casos é uso da Tecnologia Tismoo 24/7® um sistema de buscas (plataforma de tecnologia) que se utiliza de algoritmos de bioinformática sofisticados, e que fará buscas diárias sobre as informações mais relevantes descritas na literatura científica e médica mundial. O objetivo dessa nossa tecnologia é fazer um “update”, atualizando e correlacionando eventuais achados ao perfil de cada um de nossos paciente.

É importante entender que este é um recurso muito valioso, porque garante uma atualização contínua para médicos e pacientes, reconhecendo o fato de que uma informação genética aparentemente sem significados relevantes hoje, pode ser a chave para um tratamento mais eficaz amanhã.

Situação 2 — Gene desconhecido
Quando um gene desconhecido é identificado, isso significa que a ciência ainda não conhece a função desse gene assim como também, uma alternativa de tratamento. Para estes casos, a alternativa recomendada também é o Tismoo24/7® (conforme descrito anteriormente).

Um ponto importante de ressaltar é que a cada dia, novas pesquisas conseguem avançar o nosso conhecimento a respeito do corpo humano. E isso significa que quanto mais autistas fizerem o sequenciamento genético, mais informações a comunidade científica terá para acelerar esse processo. Fazer o seu mapeamento, significa beneficiar não apenas o indivíduo, mas também fazer a sua parcela de colaboração para que a ciência possa evoluir cada vez mais rápido e assim, ajudar cada dia mais as famílias.

Gene BCKDK. Essa pequenina parte do DNA escondia uma chave importante na trajetória científica para entender os mecanismos por trás do autismo.

Instigado pela incidência recorrente da manifestação conjunta de autismo e epilepsia, um grupo de pesquisadores encabeçado pelo neuropediatra Joseph Gleeson descobriu algo que pode jogar luz em diversos mistérios das síndromes do espectro do autismo.

Uma estatística publicada nos Estados Unidos em 2013 chama a atenção: a epilepsia atinge a cerca de 13% de autistas entre 2 e 17 anos, mas entre os adolescentes a taxa dobra para 26% — sendo que na população geral a incidência é de 1%. Além disso, por volta de metade das crianças com autismo apresentam picos sugestivos à epilepsia, ainda que não tenham sofrido nenhum episódio. A pesquisa de Gleeson corre atrás de evidências confirmadas que liguem os dois processos. Ao analisar os fatores genéticos de pacientes que apresentam as condições sobrepostas, eles chegaram a mutações no gene BCKDK. Essa variação específica prejudica a produção de aminoácidos ramificados, o que influi nas respostas metabólicas do corpo.

As crianças que participaram do estudo receberam suplementação alimentar com doses proteicas contendo os aminoácidos e obtiveram resultados animadores. Desde melhor mobilidade até o melhor uso da linguagem e disposição. No entanto, os pesquisadores alertam que o uso de complementos alimentares só deve ser feita para pessoas que possuam as mesmas mutações genéticas no gene BCKDK — e ainda assim, com acompanhamento médico. Já está disponível no Brasil, o exoma, exame que lê partes do DNA humano que codificam para proteínas. A Tismoo oferece esse serviço de mapeamento genético, que abre a possibilidade para o desenvolvimento de tratamentos personalizados. Quer saber mais? Entre em contato com a gente.

Abrir e fechar portas. Alinhar carrinhos de brinquedo por horas. Colocar a mão na boca o tempo todo. Balançar a cabeça para frente e para trás. Um dos comportamentos que sinalizam o autismo é a repetição.

Em geral, a partir dos dois anos, a criança já começa a apresentar alguns rituais repetitivos. Para pais que ainda estão aprendendo a lidar com o transtorno, esse tipo de característica pode ser perturbadora — e até prejudicial — na construção do relacionamento com os filhos. Como lidar com essa questão?

Primeiramente, é fundamental ter em vista que todos os autistas são diferentes entre si.

Isso quer dizer que dentro do espectro do autismo, existem registros de inúmeros comportamentos repetitivos — em maior e menor nível. Dentre os mais comuns: bater as mãos ou os braços em objetos, contrair algum músculo, repetir um ruído ou frase (também chamado de ecolalia), balançar o corpo para frente e para trás, bater a cabeça, repuxar os dedos, friccionar os dentes, coçar a pele. É importante observar esses comportamentos porque alguns podem prejudicar a saúde do autista, levando ao desgaste dos dentes ou a algum acidente.

E por que isso acontece?

A ciência ainda não tem clareza total sobre o assunto, mas pesquisas indicam que os autistas têm menor atividade em algumas áreas do cérebro que regulam as habilidades cognitivas. É possível tratar o problema com medicação, que deve ser orientada pela equipe médica que acompanha a criança, e também com terapia. O importante é entender o que está por trás do comportamento repetitivo, ou seja: qual é o gatilho?

Alguns autistas demonstram esse tipo de ação quando estão irritados ou insatisfeitos, outros quando se excitam sobre algum tema. Há casos em que o autista tem a repetição como forma de manter a atenção e fixar alguma informação que está aprendendo. Nem sempre é possível mapear o que causa o comportamento, mas é válido tentar observar se a criança não está tentando expressar uma mensagem que não consegue verbalizar. Talvez seja a forma dela dizer: “estou muito feliz” ou “não gosto disso”. Com paciência, é possível ensinar a ela outro caminho para se comunicar.

A Tecnologia da TISMOO foi usada em pesquisa sobre Zika vírus e publicada na Nature, a mais antiga e respeitada publicação científica do mundo

A TISMOO integra a equipe responsável pela pesquisa sobre o Zika vírus e sua relação com o alto índice de microcefalia no País ao lado de cientistas da USP e da Universidade da Califórnia. Por meio de sua tecnologia de minicérebros, a startup brasileira ajudou a demonstrar a relação entre a versão brasileira do vírus e como ele atua causando a malformação do córtex e levando a essa condição neurológica.

O estudo foi publicado na quarta-feira, dia 11, no site da Nature, o que torna a TISMOO a primeira startup nacional de biotecnologia a ter um artigo publicado na mais respeitada revista científica do mundo. Conhecida por seus estudos para o Autismo, a TISMOO é o primeiro laboratório exclusivamente dedicado a análises genéticas com foco em perspectivas terapêuticas personalizadas para Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e síndromes relacionadas.

A startup brasileira, que define seu modelo de negócio como sendo uma Social Enterprise*, iniciou suas atividades com o intuito de trazer as técnicas e estudos de ponta, antes restritos às universidades, para colocá-los em prática e em benefício clínico dos indivíduos afetados por essas condições. As tecnologias em desenvolvimento da TISMOO pretendem antecipar a personalização clínica, acreditando que o conhecimento da individualidade genética contribuirá a cada dia para um melhor entendimento do autismo além de, potencialmente, abrir novas janelas para intervenções mais específicas.

Atuando neste campo, a TISMOO percebeu que poderia contribuir também em outras áreas da saúde, como foi o caso da pesquisa sobre o Zika vírus e a microcefalia.

“Ficamos muito sensibilizados com o surto dessa condição neurológica no Brasil e acreditávamos que poderíamos fazer mais do que a startup vinha se propondo a ser e a fazer. Entendemos que poderíamos ter um papel importante para tentar desvendar a agressividade dessa versão brasileira do Zika e, assim, ter respostas que não tínhamos a respeito do vírus”, comenta Alysson Muotri, biólogo molecular e um dos fundadores da TISMOO.

A tecnologia usada pela startup contribui para a pesquisa de doenças e condições neurológicas. Uma de suas tecnologias é a modelagem celular que possibilita a criação de uma nova plataforma para a análise funcional das alterações dos genes podendo, desta forma, desenvolver e testar novos medicamentos em minicérebros de pacientes produzidos no laboratório. Com o ideal de ser uma startup com abordagem mais humana e próxima dos pacientes, buscando sempre a linguagem mais acessível, a TISMOO quer ir além do modelo capitalista das empresas do setor.

“Acredito que hoje estamos diante de desafios importantes, como no caso do Autismo. Precisamos de novos modelos de negócio que sejam capazes de conciliar de maneira inteligente o interesse de seus investidores a um propósito maior e proporcionar com isso uma mudança positiva e sustentável na sociedade. É o que estamos vivendo na TISMOO hoje e é a nossa motivação para os novos desafios que estão por vir”, acrescenta Muotri.

Além dos minicérebros, a TISMOO dispõe de serviços como a Análise do Genoma Completo, a Análise do Exoma e o Painel de Autismo, sendo o primeiro e o terceiro exclusividades da empresa no Brasil. A Análise do Genoma Completo pesquisa as 3 bilhões de bases (letras) do genoma do indivíduo. O segundo é o tipo de análise (Exoma) que faz o sequenciamento de regiões codificantes do genoma humano, o que representa aproximadamente 2% do nosso material genético — e é nessa região que se encontram a maioria dos genes relacionados a doenças conhecidas. O terceiro, o Painel de Autismo, consiste na análise detalhada de genes associados ao TEA (350 aproximadamente), oferecendo assim uma alternativa mais acessível de diagnóstico e investigação dos genes, com foco específico nas alterações genéticas descritas na literatura científica.

Para mais informações, acesse a TISMOO e para ler o artigo publicado na Nature na íntegra, clique aqui.

(*) Termo usado para designar novo modelo de organização com o objetivo de beneficiar comunidades específicas, no caso da TISMOO, as do Autismo.


Entre em contato com a gente: www.tismoo.com.br/fale-conosco

Também pelo telefone: +55 (11) 3251–1964 ou 3541–1136

A Tismoo tem em seu time profissionais reconhecidos nas pesquisas envolvendo genética. Um deles é o Dr. Alysson Muotri, cujo trabalho também é focado no estudo do espectro do autismo. Recebemos diversas dúvidas sobre sequenciamento genético e convocamos nosso especialista para responder.

Quais as diferenças entre os exames genéticos mais antigos, como o CGH — Array ou o Cariótipo, e o sequenciamento genético?

O CGH- Array e o Cariótipo não sequenciam o DNA, não permitem a leitura do material genético. Esses exames mostram se existe alguma alteração cromossômica grosseira, como a perda de um pedaço do cromossomo, por exemplo. Mas dentro dessa perda podem estar incluídos milhares de genes.

O sequenciamento genético é o único que vai dizer em quais genes específicos as mutações se encontram.

Ele pode ser feito de duas formas. Uma é o completo, o que chamamos de Whole Genome Sequencing (WGS), ou Sequenciamento do Genoma Completo. Esse vai ler as 3 bilhões de palavras e letras que tem no DNA para encontrar mutações tanto em regiões conhecidas, como em regiões desconhecidas.

O outro tipo é o que chamamos de Exome Sequencing, ou Sequenciamento do Exoma. Ele vai olhar apenas para as regiões conhecidas do genoma. Muitas são os genes codificantes para proteínas, que são a base da estrutura celular, onde a maior parte das mutações conhecidas hoje se encontram. A grande diferença é que no WGS você vai ter uma visão mais precisa e, ao mesmo tempo, panorâmica de todo o genoma.

Onde se faz os exames?

O Whole Genome Sequencing (WGS) só é feito no Brasil através da Tismoo. Eu analiso pessoalmente todos os genomas.

Esse tipo de sequenciamento vai levar a algum tratamento? Qual a implicância prática desse exame?

É difícil prever, vai depender do caso. Existem casos onde pode ajudar no diagnóstico e levar a melhoria no tratamento. Em outros casos, vão ser encontradas mutações em lugares desconhecidos, vias que a ciência ainda não tem conhecimento de como atuam. Nesse caso eu recomendo que a interpretação genética seja atualizada de tempos em tempos. A Tismoo oferece o serviço de update, que atualiza as alterações genéticas com o tempo, a partir das descobertas científicas.

Existem situações mais raras, onde as mutações são encontradas em locais conhecidos. Muitas acabam direcionando para um tratamento relativamente tranquilo, como complementação de dieta ou aminoácido que consegue pular a alteração genética e fazer com que o indivíduo responda.

Não acontece pra todo mundo porque o conhecimento que temos do genoma e de como as vias metabólicas atuam é muito restrito. Conforme formos conhecendo mais, a porcentagem de indivíduos que vão se beneficiar desse tipo de tratamento vai aumentar.

Outra grande vantagem é que o exame é algo que você faz uma vez na vida. Os dados são válidos para toda vida. Se algum dia surgir algum tratamento ou droga que beneficie um certo tipo de mutação genética, ter a informação vai ser útil até para entrar em um ensaio clínico, por exemplo.

Imagine que você está em busca de um tesouro. Há milhões de pistas soltas e diversos desbravadores tentam encontrar o caminho até o pote de ouro. Quão adiante na caçada você estaria se fosse possível reunir todas as informações disponíveis e desenhar um mapa com prováveis caminhos? Essa é a ideia por trás da utilização de mecanismos de Big Data pela medicina.

Produzir uma imensa teia de dados, que sinalizam estatísticas e fatores comuns, é uma forma inteligente de avançar nas pesquisas médicas.

No caso das síndromes do Espectro Autista, esse tipo de recurso é muito valioso por se tratarem de condições com causas diversas e complexas, além de vários subtipos.

Iniciativas pelo mundo trabalham atualmente para construir uma plataforma comum para pesquisadores sobre o autismo. Ferramentas de análise e métricas vão possibilitar uma visão ampla sobre uma série de estudos já realizados. A diferença é que com esse “banco de dados”, é possível que os cientistas cheguem à novas conclusões.

Um dos programas mais reconhecidos, o MSSNG, que atua em parceria com o Google, está sequenciando o genoma de 10 mil pessoas, entre autistas e familiares. A expectativa é que o acesso a esse material dê novas perspectivas para a ciência, delineando a genética das síndromes e mostrando diferentes alternativas de tratamento.